sábado , 27 abril 2024
Goiânia

Governo do Estado pode privatizar estacionamento do Serra Dourada

Veja matéria de Fabiane Fagundes, publicada no site da Rádio 730:

Governo quer privatizar estacionamento do Serra Dourada

Os torcedores de futebol de Goiânia terão mais gasto para ver o time jogar no Serra Dourada. O governo do Estado pretende terceirizar o estacionamento do estádio nos moldes do que é feito nos shoppings da cidade. Atualmente, o espaço já é parcialmente cedido a uma empresa privada que realiza feirões de carro aos domingos, dia que o Vila Nova passou a jogar nessa temporada da série B do Campeonato Brasileiro. A briga pelo estacionamento promete esquentar nos próximos meses.

Os jogos dos campeonatos Brasileiro e Goiano são prioridades do Estádio Serra Dourada, o único da região Centro-Oeste com capacidade para receber o público desses eventos, todavia a renda dos jogos não cobre os custos do estádio. Para equilibrar as contas, a atual administração decidiu terceirizar o estacionamento, o mais espaçoso de todas as grandes arenas esportivas do país, com dez mil vagas distribuídas em 340 mil metros quadrados.

Quando não há jogos, os acessos ao estacionamento são bloqueados, medida que, segundo o site oficial da Agência Goiana de Esporte e Lazer, evita o uso inadequado por autoescolas e vândalos. Nos dias de jogos, as vagas são liberadas e gratuitas. Nas manhãs de domingo, o local vira um grande feirão de automóveis gerenciado pela empresa Open Comunicação e Publicidade.

Mas esse uso não agrada a atual gestão, que vê na privatização do serviço a solução para o desequilíbrio entre despesa e receito do Serra. O estacionamento passará a ser cobrado mesmo nos dias de jogos. “A meta da direção é fazer com que o Serra Dourada gere renda suficiente para se manter. O estádio precisa se tornar autossuficiente e terceirizar o estacionamento é uma saída”, afirma o diretor do estádio, Itamir Campus Arantes Júnior.

A proposta esbarra em uma briga judicial, pois os donos da Open não pretendem deixar o espaço. A empresa obteve a permissão para explorar a área em 1997, numa licitação por carta-convite, que, de acordo com levantamento da Procuradoria Geral do Estado, se deu sem ampla concorrência. Em 2003, o prazo foi prorrogado por mais cincos e um novo aditivo, assinado em abril de 2013, concedeu à empresa mais 15 anos de exploração.

O negócio é lucrativo. A agência aluga as vagas a quem quer oferecer seu veículo para venda e cobra, por vaga: R$ 20,00 carros, R$ 10,00 motos e R$ 50,00 caminhões. Por final de semana o fluxo chega a dois mil veículos. A renda semanal oscila entre R$ 40 mil a R$ 60 mil. Da exploração, o Estado recebe de R$ 24 mil a R$ 30 mil por mês, sendo que o dinheiro é depositado na conta da Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel), e não na do Serra Dourada.

Tentando acelerar o processo de terceirização, a atual administração do Serra Dourada acionou o departamento jurídico e anulou o terceiro e quarto aditivos que prorrogaram o contrato com a Open. Em nota, a Assessoria de Comunicação da Procuradoria Geral do Estado justificou que os dois últimos aditivos são irregulares porque ferem a Lei de Licitação. DE acordo com a norma, o prazo máximo para concessões de uso de solo é de dez anos e, após esse período, é necessário renovar o processo e permitir que outros interessados participem.

Em maio deste ano, o juiz Rodrigo da Silveira, da 4º Vara Cível de Goiânia, reforçou o impasse ao conceder liminar favorecendo a agência, que é de propriedade de Aldevir Sintra. Ele questiona os interesses dos administradores do Serra em acabar com a atividade. “Não entendo o que está por trás desse interesse porque é uma tradição que gera renda para o Estado”, observa Aldevir Sintra.

Em meio a essa disputa de interesses, a Confederação Brasileira de Futebol alterou os horários da Série C do Brasileirão para facilitar as transmissões dos jogos pela televisão e os jogos do Vila Nova passaram a acontecer aos domingos de manhã, chocando com o feirão de automóveis. “Desde então, os torcedores não têm onde estacionar seus carros e o que já era complicado virou um caos”, lamenta o presidente do Vila, Joás Abrantes. Se está ruim agora, pode ficar pior com a privatização integral do estacionamento.

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