Diário da Manhã publica artigo de Caius Brandão, estudante profissional de mestrado em Filosofia Política da UFG, no qual afirma que vem acompanhando com atenção as recentes matérias na mídia local e nacional sobre a política de intimidação judicial perpetrada pelo governador Marconi Perillo contra opositores.
“Não discordo daquilo que parece ser consenso entre todos os artigos que li sobre o assunto, isto é, que o governador estaria instrumentalizando a Justiça goiana para escamotear as repercussões do escândalo Cachoeira. Entretanto, uma hipótese ainda não considerada nestas matérias merece um exame mais atento: a estratégia de judicializar a opinião estaria atrelada à criminalização de movimentos de resistência popular, caracterizando uma política de estado de exceção”, afirma.
No mesmo artigo, o estudante pontua que ao confundir dano político com dano moral, ou ainda o público com o privado, o governador parece se valer de provável subserviência de membros do judiciário goiano para ameaçar opositores. “Por outro lado, o aparelho repressor do Estado vem sendo sistematicamente utilizado para massacrar os estudantes organizados em movimentos de resistência popular. Esta situação é muito alarmante, na medida em que o estado de exceção (cuja existência pode ser constatada quando o povo passa a temer seus governantes) degenera as instituições democráticas e atropela os princípios de igualdade e liberdade, que dão sustentação ao Estado Democrático de Direito”.