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Misael diz que o ideal para Vanderlan é Marconi e Iris no páreo da eleição de 2014

Veja entrevista do prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, ao jornal Tribuna do Planalto:

 

O ideal para a campanha do Vanderlan é Marconi e Iris no páreo”, diz Misael Oliveira

Escrito por DA REDAÇÃO – Publicado em 01 Setembro 2013.

 

EM ENTREVISTA AOS JORNALISTAS DO TRIBUNA DO PLANALTO, O PREFEITO DE SENADOR CANEDO, MISAEL OLIVEIRA (PDT) FALA SOBRE O ATUAL MOMENTO DA PREFEITURA, A POLÊMICA DO PASSE LIVRE ESTUDANTIL, A CANDIDATURA DE VANDERLAN CARDOSO (PSB) AO GOVERNO DO ESTADO. PARA ELE O IDEAL SERIA QUE VANDERLAN NO PROXIMO ANO ENFRENTASSE IRIS REZENDE (PMDB) E MARCONI PERILLO (PSDB).

 

“O ideal para Vanderlan é Marconi e Iris no páreo”
Eduardo Sartorato, Filemon Pereira, Marcelo Tavares e Murillo Soares

Empresário se mantém firme no propósito de disputar o governo e não vai caminhar com grupos, afirma prefeito de Senador Canedo

Ex-vereador de Goiânia e ex-deputado estadual, Misael Oliveira (PDT) está há oito meses encarando um novo desafio em sua carreira política. Com o apoio do ex-prefeito Vanderlan Cardoso (PSB), o pedetista foi eleito prefeito de Senador Canedo e agora tem a missão de administrar o município. Misael acredita que as obras de infraestrutura, como esgoto e o fornecimento de água tratada, além da educação e segurança pública são os maiores desafios que o município apresenta hoje. Partidário do grupo denominado de ‘terceira via’, Misael Oliveira não esconde que apoia a postulação de Vanderlan para o governo do Estado em 2014. Ele acredita que, por conta dos desgastes do governador Marconi Perillo (PSDB) e a divisão interna do PMDB, o ex-prefeito sai na frente na corrida, se os candidatos forem Marconi e o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB). Misael Oliveira concedeu entrevista a Tribuna na quinta, 29, durante visita à sede do jornal.
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Tribuna do Planalto – Como tem sido essa nova experiência de administração no executivo?
Misael Oliveira – É uma experiência nova. Esses oito meses foram um aprendizado muito grande. E a gente está trabalhando para fazer o equilíbrio de receita e despesa, tendo em vista que houve uma queda de receita do ano passado para esse ano que tem deixado os municípios brasileiros em dificuldade. Então, você convive com um município que tem fama de dinheiro e esse dinheiro não corresponde à realidade, tem que ‘se virar nos 30’ para dar conta do recado. Este ano já licitamos e compramos mais de 20 máquinas, oito ambulâncias, oito tratores e estamos investindo. Vim do Legislativo, que é usar a tribuna, fazer leis, fiscalizar, discutir e debater. No prefeitura o que pesa mais é a ação. Há bastante pressão em demandas de serviço e você tem que dar conta do recado.

Quais são os desafios que existem hoje em Senador Canedo?
Vejo tudo com saldo positivo, tendo em vista as pesquisas que fizemos no primeiro semestre, que deram média seis aos serviços públicos. A saúde ficou com média 7,2. E estamos fazendo a rede de esgoto em toda a cidade, que é um desafio muito grande. Nesses quatro anos, queremos deixar Senador Canedo com 100% de coleta de esgoto. Seremos um dos poucos municípios brasileiros que terão esse feito.

Você chegou em Senador Canedo com uma certa desconfiança da população por não ter nascido lá. Como foi isso?
Acredito que essa desconfiança deva ter se desfeito na campanha. Vivo há nove anos o dia a dia de Senador Canedo e sempre defendi os interesses da cidade. Alguns poderiam ter feito este discurso de que não sou de lá, mas quantos prefeitos de Goiânia são daqui? A maioria veio de fora. E lá em Senador Canedo também é assim. Vanderlan mesmo, que mudou a história daquela cidade, também não nasceu lá. Essa questão de nascer no município é muito subjetiva porque quem ama uma cidade é quem vive nela. Esse discurso caiu por terra na nossa campanha porque nosso adversário também não era de lá. E veio com um discurso falacioso, dizendo que nasceu em Senador Canedo.

A população de Senador Canedo, hoje, é exigente?
Muito. Uma das populações mais exigentes que conheço. Eles cobram mesmo. Temos um serviço de saúde satisfatório, com 30 postos, quatro pronto-socorros, sendo que dois atendem 24 horas e também a UPA. A população sempre cobra. Estamos vivendo hoje, no final do mês de agosto, praticamente o pico da seca, e Senador Canedo, todas as vezes que chegava essa época do ano, era um pandemônio com água. Estamos com 75% de abastecimento cheio, na plenitude, mais de quatro bilhões de litros de água estocados, atendendo a cidade.

Há outras áreas que têm um desafio maior para se administrar na cidade?
Na educação os índices também têm sido satisfatórios e estamos reformando todas as escolas de Senador Canedo, já ampliando com o projeto de licitar cinco novas escolas e quatro novos CMEIs. Essa semana foi publicada pelo IBGE uma pesquisa que aponta Senador Canedo com 95 mil habitantes. Eu contesto e digo ainda que a cidade tem 110 mil habitantes, por conta dos números da saúde, da educação, da companhia de água… Nós sabemos também da importância da questão da segurança. Nesta próxima semana circulará um edital para licitação de um monitoramento através de câmeras na cidade. Queremos chegar até o fim do ano com mais de 50 câmeras nas oito entradas e saídas da cidade. Também ampliaremos o monitoramento nas escolas, em conjunto com a Guarda Municipal. Hoje investimos R$ 100 mil em banco de horas, R$ 75 mil para a Polícia Militar, R$ 25 mil para a Polícia Civil, para ter delegado e um distrito aberto nos finais de semana. Um papel que não era nosso. O papel da segurança hoje é do Estado. Mas os municípios foram cedendo nessa questão de banco de horas e acabam gastando uma fortuna que não precisaria ser gasta. Esse dinheiro poderia ser reinvestido em outros setores da administração.

Isso tem a ver com o baixo efetivo no Estado?
Com certeza. É o baixo efetivo da Polícia Militar que tem provocado isso e os prefeitos e vereadores são os primeiros a receber a pancada. Então, parte-se para esses artifícios, como o banco de horas.

Até um tempo atrás, a cidade estava sem delegados e, quem fosse preso, seria encaminhado para Goiânia. Como está essa questão hoje?
O sistema ainda está precário. Foi um delegado novo para lá, que foi muito bem recebido e tem nosso apoio no banco de horas. Nossos delegados geralmente são de outros municípios como Aparecida de Goiânia ou Goiânia. São pessoas que querem receber um extra para trabalhar no banco de horas nos finais de semana. Acredito que essa questão pode melhorar e, com o monitoramento, reduziremos muito essa questão da criminalidade em Senador Canedo.

O sr. e outros prefeitos da Região Metropolitana reclamaram que não foram ouvidos na questão do Passe Livre para os estudantes. Como está a questão?
Essa questão foi feita às pressas, no intuito de atender às pressões e os anseios das ruas, para agradar a opinião pública. E aí, a emenda ficou pior que o soneto. O governador Marconi Perillo fez um compromisso em sua campanha, e está no seu plano de governo, de dar 100% de gratuidade para os estudantes. Ele resolveu que começaria dando Passe Livre a 20 mil alunos, estudantes que têm renda familiar até três salários mínimos. Então Paulo Garcia apareceu, querendo arvorar-se também, propôs ao governador pagar passe livre a 100% dos alunos. O Estado pagaria 50% e Goiânia, 30%. Na pressão, o governador aceitou. Mas a proposta do Paulo Garcia foi aceita sem fazer as contas. Depois da matemática, eles estão vendo o tamanho do buraco em que entraram. Pedi o número de alunos de Senador Canedo, o número de Goiânia e o percentual com o número de alunos dos municípios. Aparecida de Goiânia, 12%. Goiânia 68% e Senador Canedo 3,4%. O correto seria que Paulo pagasse 68%, que é o número de alunos cadastrados no sistema. Cada um cuidaria de seus alunos.

E a outra metade o Estado pagaria?
Já que o Estado estava pagando a metade, mesmo que contra a vontade, já que o momento era de pressão, fizeram um compromisso sem falar com nenhum outro prefeito da região metropolitana. Nas contas reais que Paulo Garcia deveria pagar dá mais de R$ 1 milhão por mês. Não aceitei empurrar gastos dos alunos de outros municípios para Senador Canedo. As contas do meu municípios são de aproximadamente R$ 50 mil por mês, e eu estou disposto a pagar. Quando eles resolverem essa situção, estou disposto a pagar pelo Passe Livre. Mais do que a conta de Senador Canedo eu não pago um centavo sequer. Se for assim, Senador Canedo está fora.

Como está a questão da Faculdade Padrão na cidade?
Procuramos o dono da Padrão, o professor Walter Paulo. A Câmara de Vereadores já o procura há algum tempo. Aquela faculdade já está pronta há um tempo, mobiliada, já para funcionar. Mas no meio do caminho, parece-me que a faculdade quis mudar o objetivo da área. O terreno foi doado com o objetivo da construção de uma faculdade, que ia levar o curso de Medicina para Senador Canedo, dentre outros. Construíram a faculdade e os cursos, até agora, nada. Então, procurei o professor Walter Paulo para alugar o prédio, pois esse ano levei para Senador Canedo o IFG. Doamos uma área de cem mil metros para construir um pólo do Instituto Federal de Goiás na cidade. Valter Paulo disse que ia ver a situação. Conversei com os vereadores e decidimos revogar a lei, fiz um decreto de desapropriação, calculamos o valor que a universidade gastou naquela obra, depositamos em juízo e vamos assumir aquilo, pedir em missão de posse do juiz. E assim fizemos. Queremos assumir aquele espaço para fazer um comodato para o IFG de um ano, até eles terminarem seu prédio. Nossa proposta é de assumir aquele prédio para darmos a ele o destino que precisa ser dado. Primeiro para o IFG e, depois, aproveitaremos o espaço para um Centro Administrativo da Prefeitura.

Como está a articulação política na terceira via? A intenção de lançar candidato próprio já está fechada?
A terceira via é uma realidade. Ela foi uma realidade em 2010. Diferente do que muitos pregam, os candidatos se assustaram com a quantidade de votos que terceira via teve. O Vanderlan tem com a sua experiência administrativa e sua visão empreendedora capacidade para sentar na mesa e debater sobre qualquer tema de Goiás. É preciso de alternância de poder, defendo isso. Sou contra a reeleição. Acho que o congresso tem que mudar a lei. Sou contra a reeleição para qualquer cargo executivo. Tenho a aliança com o Vanderlan e ele me deu a oportunidade de trabalho. Tenho essa aliança com o Vanderlan e acredito que o projeto dele é o melhor para Goiás diante dos nomes que vemos aí e nós vamos para o embate. Não há outra alternativa. Conversando com ele discutimos a possibilidade de acontecer uma pressão política de A ou B para que ele seja senador em uma chapa e ele disse que tem projetos políticos e sonhos para o estado de Goiás. Ele diz que se não for para seguir naquilo que ele acredita, prefere cuidar das suas empresas. Ele disse que se mantém firme no propósito de ser governador e que não vai caminhar nem com grupo A, nem com grupo B. Acredito que nesse projeto da terceira via, com o Ronaldo Caiado, a tendência é que Vanderlan saia bem na frente nas pesquisas, se o critério for pesquisa.

Como viabilizar uma candidatura ao governo, com poucos partidos, poucos prefeitos, com dificuldade de montar chapa para federal e estadual?
Em 1998 nem candidato nós tínhamos. Se o candidato fosse o Maguito Vilela, a oposição nem candidato lançaria. Naquela época nós éramos poucos partidos. Eramos 33 prefeitos, birrentos e resistente. Mas tínhamos poucos partidos, tanto é verdade que dos 41 deputados só foram eleitos 12. Essa questão partidária, se você tiver um tempo de televisão bom, não muito grande, nem muito pequeno, para levar suas propostas na medida correta, vejo que pela conjuntura política de hoje, com o PMDB rachado e com os abalos que o PSDB sofreu em Goiás e tem sofrido no Brasil, a realidade é totalmente favorável à terceira via. Esse é o sentimento que vejo nas ruas, embora não se possa desprezar os dois grupos políticos que são fortes. O ideal para a campanha do Vanderlan é Marconi e Iris no páreo. Tenho que certeza que o Vanderlan entra como uma cunha nesse meio, porque a disputa desses dois grupos é hegemônica há mais de 32 anos em Goiás. Aliás, eles são irmãos siameses. Embora não assumam isso, nasceram no mesmo ninho político.

Por que o Ronaldo Caiado também tem se colocado como pré-candidato?
O Ronaldo é um homem de projeção nacional. Você nunca ouviu na história política de Goiás qualquer vírgula envolvendo o deputado com qualquer coisa. Você vê sempre ele na vanguarda, defendendo os interesses do povo, embora mais ligado ao setor ruralista, mas sempre defendendo a bandeira de Goiás. É um homem respeitado. É uma honra muito grande tê-lo em uma chapa. O perfil de Vanderlan é mais de gerente, mais gestor do que o do Ronaldo. Mas isso aí vai ser o momento político que vai dizer quem realmente vai ser candidato. Eu estou trabalhando pela pré-candidatura do Vanderlan e isso não é segredo para ninguém.

Você avalia que hoje é inviável uma aliança com PT ou PMDB numa composição que uniria toda oposição em Goiás?
Sou meio reticente a isso. O PT é um partido que tem suas brigas e divisões internas, que seus líderes partidários não têm uma decisão unânime. Hoje, vejo que dentro do PT tem dois pré-candidatos a governador. Um é o Antônio Gomide, prefeito de Anápolis, e outro é o Paulo Garcia, prefeito de Goiânia. O Paulo puxando nesse primeiro momento para o Iris, por uma questão de lealdade. Se ele chegou a prefeitura de Goiânia foi graças a Iris e a força do PMDB, então ele fica no meio do caminho. Mas se o PT rachar com o PMDB e se o PMDB tiver esse racha que a gente percebe a olho nu, acho que o PT dificilmente deixa de lançar candidato.

Para o sr. o fator racha seria o Júnior do Friboi, o PT dificilmente caminharia com ele?
Não sei. Essa história só a cúpula interna conhece, nós temos acompanhado de fora. Mas acho que o ideal para o projeto da terceira via ser vitorioso é a candidatura de Iris e Marconi, com a candidatura de Vanderlan pela terceira via.

Mesmo sem ter um aliado forte, como era a figura do governador em 2010?
O Alcides foi muito ético naquela época, não jogou pesado com a máquina. O Alcides não usou a máquina em benefício do Vanderlan, tanto é verdade que a maioria das pessoas que compunha o governo naquela época estava apoiando Marconi. Mas hoje, diante do que aconteceu nesses quatro anos, dos desgastes naturais, a história e o momento político são totalmente favoráveis à terceira via.

Se o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fechar com o PT e apoiar a presidente Dilma, isso poderia inviabilizar a candidatura do Vanderlan?
Participei da conversa do Vanderlan com o governador Eduardo Campos por ocasião da vinda dele na filiação do Vanderlan. Essa questão do Eduardo ser ou não candidato a presidência ou apoiar a Dilma independe da candidatura do Vanderlan Cardoso. Ele inclusive manifestou que em qualquer uma das situações quer estar no palanque de Vanderlan. A gente vê alguns factoides tentando serem construídos de que o PSB irá caminhar com o PSDB, mas tudo é conversa. Acredito na palavra do governador Eduardo Campos.

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