Veja matéria do Diário da Manhã desta quarta-feira:
Iris: “Não ficarei omisso”
Líder frisa que campanha deve ficar só para o próximo ano e que PMDB deverá ouvir aliados para definir candidaturas
Diário da Manhã
Hélmiton Prateado
O ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), voltou a pregar a unidade do partido para esse ano e que as definições sobre candidaturas fiquem para 2014, sob o risco de melindrar as relações com partidos aliados. “É preciso compreendermos que esse ano deve ser destinado a ouvir as bases, como estamos fazendo no interior afora e somente para o próximo ano o debate sobre candidaturas deverá ser retomado”, comentou.
A observação faz parte de uma série de observações que ele tem feito para o partido tentando conter as intrigas de que ele estaria em rota de colisão com o empresário Júnior Friboi. Algumas lideranças do PMDB defendem que a agremiação defina ainda este ano pela cabeça de chapa que o partido lançará ao governo do Estado em 2014 e que Júnior deveria ser ungido candidato logo.
Para Iris Rezende o histórico de tentativas de ser lançado candidato a governador por Júnior Friboi pode ser um exercício desgastante para um político e que precisa ser observado pelas lideranças. Júnior já foi cortejado pelo governador Marconi Perillo para ser o candidato dos tucanos ao governo em 2006 e foi rifado. Depois disso foi para o PTB e sua pretensão naufragou também. Esteve no PSB dirigindo a legenda em Goiás e abandonou-a para buscar espaço no PMDB com a mesma pretensão.
Quando o vice-presidente da República, Michel Temer, ligou para Iris e consultou-o sobre como seria recebida uma filiação do empresário ao PMDB, o ex-prefeito ressaltou que não havia qualquer problema. Entretanto, ponderou Iris Rezende, era desnecessária a postura que ele fazia questão de frisar de que só viria para o PMDB para ser candidato a governador. “Ele não precisava ficar dizendo isto de forma ostensiva. Ser candidato a governador por uma frente histórica como é o PMDB é um processo de construir uma candidatura, de convencimento, de articulação, de dialética. Fazendo isto o processo corre naturalmente”.
A condução do processo de escolha do candidato do PMDB, observa Iris, deverá ser feito em etapas ouvindo as lideranças do partido na Capital e no interior e respeitando os acordos com os partidos aliados, como PT e PCdoB.
Comprometimento
Iris observou em sua primeira conversa com Júnior Friboi que na política as coisas se sucedem de forma diferente. “Tudo na vida é ‘preto no branco’ como se fala comumente. Valem os escritos e pactuados. Na vida política o que vale é a palavra. A lei não ampara os compromissos políticos e o que vale mais é a honra, a palavra empenhada e a dignidade”. Diante da pretensão de Júnior de ser candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris explicou que não era candidato, mas que em contrapartida “não levantaria um dedo para atrapalhar” a vontade do empresário bem como não se empenharia para sua viabilização.
“Depois da Convenção, se o partido definir pela candidatura de qualquer um serei soldado e vou trabalhar com todas as minhas forças por sua vitória”, frisou. Iris se recusou a ir à filiação de Júnior Friboi para não se tornar “pai, avô e bisavô” de sua candidatura e se adiante essa candidatura não prosperar o ônus ficará com o ex-prefeito. Em política, observa ele, não existe “meio termo” e sua conversa com ele (Júnior) foi “curta, dura e verdadeira”.
