O PMDB e o PT usaram trechos de três matérias de jornal, descontextualizados, para fundamentar o pedido que fizeram ao Tribunal Regional Eleitoral para que o Goiás 24 Horas fosse retirado da internet.
O juiz Airton Fernandes de Campos não deu o que os dois partidos pediram (retirar da internet), mas, com base nessas informações distorcidas, decretou censura a quase uma centena de posts mencionados nas petições.
O Goiás 24 Horas acredita que o juiz foi induzido a um equívoco de grandes proporções. Nas petições, que são idênticas (o advogado do PMDB, Kowalsky Ribeiro, copiou na íntegra a ação do PT), ambos os partidos apresentaram trechos de matérias de jornais que, fora do contexto, criam uma distorção e dão a impressão de que o blog seria ligado ao Governo do Estado e estaria atendendo aos seus supostos interesses eleitorais.
Exemplo: uma das matérias, publicada pelo semanário A Rede, afirma que o diretor de Jornalismo da Agência Goiana de Comunicação, Danin Júnior, expediu circular aos assessores do Governo, recomendando a leitura do blog.
Esse trecho foi anexado aos dois processos como prova de que o blog seria “oficial”. Mas faltou a sequência, ocultada pelos dois partidos, em que a mesma matéria do jornal A Rede esclarece que o próprio Danin recuou imediatamente da sua recomendação e, também em circular, avisou que havia se enganado e que o Goiás 24 Horas não era interessante para o Governo.
Essa passagem foi suprimida e convenientemente não aparece nas açoes do PMDB e do PT.
E isso sem falar que matéria de jornal não é prova a ser considerada de forma absoluta.
Mas o juiz aceitou e decretou a censura ao blog. Outro trecho anexado pelos dois partidos às suas petições é uma reportagem publicada pelo Diário da Manhã, com acusações sem provas ao 24 Horas – acusações que estão motivando processos de reparação de danos morais na Justiça Estadual.
Curiosamente, na matéria difamatória do DM, anexada aos processos, está a afirmação de que o blog “chantageia” os secretários estaduais Vilmar Rocha, da Casa Civil, e Giuseppe Vecci, do Planejamento – informação evidentemente falsa e desprovida de qualquer comprovação. Mas é o caso de perguntar: ora, se “chantageia” membros do Governo do Estado, como pode estar a serviço do Governo do Estado?
Esse trecho do DM está no processo e, como se viu, não foi submetido a nenhuma avaliação crítica pelo juiz Airton Fernandes de Campos – que, de resto, aparentemente não se aprofundou na “documentação” distorcida apresentada pelo PMDB e PT.