‘Estou sem chão’, disse a mãe da bebê de 1 ano e 8 meses, vítima de violência sexual no dia 30 de dezembro. A babá Elaine Dias da Silva Matos e o marido dela, Wilker da Silva Esteves foram presos em flagrante como principais suspeitos.
A mãe da criança contou que deixou a criança com a babá e foi ao velório da sogra em Goiânia. Ao retornar para casa, viu que ela estava com um machucado na testa: “ela me abraçou como se tivesse pedindo ajuda. A babá falou que a marca era picada de pernilongo. Cheguei em casa e fui trocar a fralda, ela fechou as perninhas e começou a chorar. Quando eu abri, vi que estava muito vermelho, muito machucado”, disse a mãe.
Os médicos confirmaram que as lesões tinham característica de abuso sexual e orientaram que ela fosse ao Instituto Médico Legal (IML).
Versões diferentes
Na data de prisão, a delegada Adriana Fernandes explicou que não havia dúvidas da existência do crime e que a Polícia Civil pediria à Justiça que mantivesse a prisão dos dois. “O homem não disse nada. A mulher disse que foi dormir com a bebê na cama não viu nada, acordou com ela chorando pedindo para mamar. As lesões são muito graves e notórias”, afirmou.
Já a delegada Caroline Borges Braga, da DPCA – Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente de Goiânia, que assumiu o caso, concluiu o inquérito sem indiciar os suspeitos. Ela afirmou que as investigações foram concluídas após um exame não comprovar a presença de esperma no corpo da vítima.
A família vai recorrer, pois, segundo a defesa, a delegada concluiu o inquérito ignorando os laudos que comprovaram violência sexual, mesmo que não tenha ocorrido penetração e presença de esperma do suspeito na bebê. “O cara machucou muito a minha filha, isso não pode ser ignorado. E outra, estamos falando de um homem com passagem pela polícia por violência doméstica. Agora ele é posto na rua e nós vamos ficar trancados em casa, com medo de vingança. Isso é justo?” perguntou a mãe da bebê.