(Na foto acima: vice-presidente Michel Temer e senador Valdir Raupp, que coordenam a intervenção)
O filme das eleições de 2010 começa a se repetir. Diante da fragilidade da oposição e da eminente ameaça de rachaduras, com lançamento de várias chapas mal-estruturadas e mal montadas, o Palácio do Planalto ensaia intervir politicamente no Estado.
O leitor que tem boa memória se lembrará que, há três anos, o ex-presidente Lula esforçou-se como pôde para unir toda oposição ao governador Marconi Perillo (PSDB) em torno de Iris, o seu candidato. Não conseguiu. Vanderlan entrou no páreo e só apoiou o PMDB no segundo turno, quando a fatura já estava praticamente liquidada.
Agora o cenário é outro. Iris, para variar, é de novo pré-candidato. Mas o Planalto não o deseja.
A tropa de choque da ex-presidente Dilma vive um dilema enorme. Não pode apoiar Vanderlan Cardoso, porque além de flertar com um partido nanico (o PSC), o ex-prefeito de Senador Canedo também está rompido com o PMDB desde que se desfiliou da legenda em 2012.
Também não pode apoiar o deputado Ronaldo Caiado (DEM), por razões óbvias.
Resta Júnior Friboi, mas ele encontra-se filiado ao partido que abriga a maior ameaça à reeleição de Dilma: o PSB de Eduardo Campos.
A saída, então, foi começar uma articulação com vistas a levar o endinheirado empresário rei do gado para o PMDB e, lá, viabilizar a sua candidatura por cima das ruínas do velho cacique Iris Rezende.
Muito bem, mas faltou combinar o jogo com a oposição em Goiás.
O PMDB goiano vai acatar a imposição de um nome costurado pelo vice-presidente Michel Temer e pelo senador Valdir Raupp, que nunca visitou o Estado?
O que dirá Iris, que apesar de decadente ainda preserva ascendência sobre a legenda?
Quem conhece um pouco de política sabe que os ingredientes foram todos mal mesurados. É grande a chance de a massa do bolo desandar antes de fermentar.