No curso de uma operação denominada Miquéias, o deputado estadual Samuel Belchior, que também é presidente do PMDB goiano, foi “levado”, segundo ele mesmo admitiu, para prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Goiânia.
Na verdade, Samuel teve a sua casa invadida por policiais federais, com autorização do Poder Judiciário. Documentos e um computador foram apreendidos. Ele, na sequência, foi “levado” para a sede da PF, onde foi ouvido.
A operação Miquéias teve repercussão nacional nesta quinta-feira e apura o desvio de R$ 50 milhões de reais de prefeituras goianas, através de uma quadrilha que operava em Brasília com aplicações previdenciárias, com ramificações nacionais e envolvendo até tráfico de drogas.
Mas por que Operação Miquéias?
A Polícia Federal tem o hábito de colocar nomes simbólicos em suas operações. Essa, que “levou” Samuel Belchior para depor na sede da PF, foi chamada de Miquéias em alusão ao profeta bíblico Miquéias – um quase-santo que denunciava os políticos, chefes e ricos das cidades de Jerusalém e Samaria, há 2.700 anos.
Miquéias também denunciou a cobiça, os ganhos imorais, a maldade planejada, a balança desonesta e o crime organizado da sua época.
Desconhecido, embora bem atual, como se viu nesta quinta-feira, Miquéias acaba de ser apresentado ao deputado Samuel Belchior e ao grande público pela Polícia Federal.