terça-feira , 23 julho 2024
Goiás

Samuel é o segundo presidente do PMDB estadual envolvido com a polícia: o primeiro foi… Adib Elias

O deputado estadual e presidente do Diretório Regional do PMDB, Samuel Belchior, foi conduzido sob coerção à Polícia Federal, nesta quinta-feira, para prestar depoimento acerca de denúncias de desvio de recursos públicos e lavagem dinheiro.

Belchior estaria sendo investigado por envolvimento com esquema denunciado pelo Ministério Previdência Social, que teria desviado mais R$ 50 milhões de institutos previdenciários municipais. As incorpora imobiliárias do deputado também também foram colocadas sob a lupa da PF.

O dirigente peemedebista teve a sua residência vasculhada e um computador pessoal apreendido em diligência dos policiais federais.

Esta, contudo, não é a primeira vez que um presidente do PMDB de Goiás é alvo de denúncias de corrupção. Em 2007, o Estado foi sacudido por uma operação de nome inusitado e objeto comum nesses tempos imprensa livre e população ainda muito tolerante com a corrupção: o desvio de R$ 10 milhões dos cofres da prefeitura de Catalão na gestão do então prefeito Adib Elias.

Deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de Goiás, a Operação Ouro Negro, que ganhou esse nome por conta da cor do material betuminoso utilizado na massa asfáltica, descobriu um esquema ousado de fraudes em licitações de obras de pavimentação. Uma mesma empresa, a Tecnel, venceu 27 dos 36 certames promovidos pela prefeitura. E as outras ganhadoras eram empresas que mantinham ligações umbilicais com a empreiteira.

Análises contábeis detectaram pagamentos feitos em duplicidade, superfaturados, fragmentação de obras para evitar licitações, emissões de notas frias etc. Também foram detectados depósitos feitos por empresários em contas de secretários.

O mais contundente, porém, foram as mais de 1,7 mil horas de gravação, feitas com autorização da Justiça, que flagraram diálogos nada republicanos entre secretários da prefeitura de Catalão, à época comandada por Adib Elias e empresários e funcionários de empreiteiras.

O nome do prefeito e então presidente regional do PMDB, Adib Elias, foi citado algumas centenas de vezes como beneficiário do esquema que incluía pagamento de propina. Em 8 de agosto de 2007, nove pessoas foram presas em Catalão, incluindo dois secretários municipais, que deixaram a prefeitura algemados.

Os auxiliares presos do prefeito Adib Elias, ocupavam pastas viscerais. Lázaro José da Silva respondia pela Secretaria de Finanças. Nelson Faiad, primo e compadre do peemedebista, era secretário de Administração.

Adib, com apoio de Iris Rezende, mesmo diante da robustez das provas, se limitou a dizer que tudo não passava de perseguição política. “Nem foi a Polícia Federal que fez essa investigação, mas essa policiazinha civil”, desdenhou.

Cinco anos se passaram e os acusados permanecem impunes. A Justiça entendeu que as principais provas – justo as gravações feitas com autorização judicial – eram ilegais! Diante disto, o processo foi arquivado e os indiciados ainda saíram se gabando da “inocência”.

No ano passado, o jornalista investigativo Cristiano Silva publicou o livro Ouro Negro – a história do maior escândalo de corrupção da história de Catalão, registrando para posteridade o caso do desvio de dinheiro publico na maior cidade do Sudeste do Estado.

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