domingo , 25 agosto 2024
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Jornal semanário revela que prefeitos do DEM querem marchar com Marconi em 2014

Leia matéria do jornal Tribuna do Planalto:
DEM larga dividido, mais uma vez

Apesar de não concordarem com Ronaldo Caiado e garantirem apoio a Marconi Perillo em 2014, lideranças dizem que permanecem no partido

Murillo Soares – Estagiário do Convênio Tribuna/UFG

 

Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2014, o quadro político começa a tomar forma. Até o fim deste mês, lideranças e nomes de destaque estão se filiando ou mudando de partido, visando a melhor tática para as urnas. O DEM, presidido pelo deputado federal Ronaldo Caiado, é um dos protagonistas da chamada ‘Terceira Via’, aliado com o PSB, PSC, PRP e PDT. Várias lideranças do partido, no entanto, têm história com o governo de Marconi Perillo (PSDB) e, nos bastidores, teriam ensaiado uma saída em massa do DEM devido ao posicionamento de Caiado, contrário aos planos tucanos.

As circunstâncias estão favoráveis a uma desfiliação em massa, assim como aconteceu em 2003 e também em 2011, com a criação do PSD. Todavia, as lideranças de dentro do partido não acreditam nisso. Para o deputado estadual Hélio de Souza (DEM), todos que tinham que sair, já saíram e, futuramente, deve haver apenas filiações de novos partidários. O prefeito de Quirinópolis, Odair Rezende (DEM), entretanto, alerta que se ainda houver alguma liderança que queria deixar o partido, que o faça sabendo da condição de que o DEM não deve se coligar com a base do governo. Afinal, não há diálogo aberto de Caiado com o grupo do governador.

Apesar de Hélio e Odair negarem a saída do partido, os dois apoiarão o grupo de Marconi Perillo e não marcharão com a ‘Terceira Via’ de Caiado. Aliás, na situação em que o partido se encontra hoje, seriam poucos os que seguiriam Ronaldo em algum alternativo. Muitos continuarão do DEM, mesmo apoiando Marconi e não concordando com Caiado. Para os prefeitos do Democratas é muito difícil ir contra a base do governo, devido à proximidade e às relações administrativas com o governador. “Sem a base é difícil trabalhar”, afirma Levino de Souza (DEM), prefeito do município de Santa Isabel. “Os municípios dependem de recursos do Estado. Então, é difícil para os prefeitos deixarem de apoiá-lo”, completa Odair.

Além disso, muitos dos prefeitos têm uma relação antiga de apoio com o governador. “Nunca abandonei o Marconi e não será agora que abandonarei”, afirma o prefeito do município de Gouvelândia, José de Nascimento Januário (DEM).

Mesmo se Caiado decidir levar o partido para uma ‘Terceira Via’ e as lideranças declararem apoio a Marconi, os prefeitos afirmam que dentro do partido não há nenhum tipo de pressão ou opressão por isso. “Eles respeitam a decisão de apoiar a base do governo”, conta Hélio.

O prefeito de Quirinópolis exemplificou a situação com um fato que lhe ocorreu em 2006. Naquele ano, Odair apoiou a candidatura do ex-governador Alcides Rodrigues (PP), embora tenha sido convidado a ser vice de Caiado. Segundo ele, nada mudou e este deve ser o rumo das eleições de 2014, dentro do DEM.

Muitos acreditavam que, devido à saída do deputado estadual José Vitti (PSDB), vários outros também deixariam o DEM. Vitti, que foi para o PSDB, alegou coerência política para sair do partido. “Quando fui para o DEM, ele estava na base do governo e, como meu grupo político é do PSDB, o melhor seria mudar”, alega.

O deputado acredita que ninguém mais deve deixar a agremiação devido à fidelidade partidária das lideranças. “Eu não tinha essa fidelidade, porque fui eleito em outro partido (PRTB) e depois fui para o DEM”, conta. Além disso, para ele, lideranças permanecem em uma sigla por conveniência, já que cada um tem uma visão diferente acerca do jogo político.

Otimismo
Apesar de o DEM caminhar cada vez mais próximo de uma coligação com outros partidos, a fim de constituir uma Terceira Via nas eleições do ano que vem, os prefeitos de Goiás ainda esperam que o partido volte à base do governo. O ideal para eles é que Ronaldo Caiado fosse candidato ao Senado, juntamente com Marconi como candidato ao governo.

De acordo com Odair Re­ze­n­de, a criação de uma ‘Ter­ceira Via’ gera abertura para que ela se una à oposição, hoje liderada pela aliança PT-PMDB em Goiás, no segundo turno das eleições. Rezende frisa que esta seria uma situação inaceitável. “O PMDB é um partido forte, com muitos votos. Certamente a oposição irá para um segundo turno com a situação e levará a ‘Terceira Via’, por também ser contra o governo”, salienta.
Já Levino de Souza acredita que o melhor caminho para o DEM seria voltar para a base. “O melhor caminho é unir as forças”, diz. “Nas eleições municipais de 2012, meu partido se coligou com o PT e o PMDB aqui e ganhamos com 75% dos votos”, exemplifica. “O melhor para o povo é voltar a aliança com a atual base do Estado”, defende.

José de Nascimento Januá­rio acredita que Caiado se entenderá novamente com a base do governo e será candidato a senador, apesar da vontade do presidente do De­mocratas de ser candidato ao governo. Januário acredita que essas declarações do líder do Democratas são blefes. “Quan­do eu quero ser vice, digo que serei prefeito”, aponta. Ele ainda completa dizendo que o cargo de governador não seria ideal para o presidente do Democratas. “Algumas pessoas nasceram para o Executivo e outras, para o Legislativo. Caiado é um dos maiores legisladores deste país”, destaca.

Ele também acredita que, hoje, a sigla e a aliança por si só não faz convence os eleitores. Para o prefeito, o chamariz de votos de um partido é a pessoa, a liderança, não seu partido. “Não existe diferença de partidos, e sim de homens. Não é uma sigla que convence”, alega.

O prefeito de Santa Isabel, no entanto, acredita que o DEM ainda tem muito o que trabalhar e crescer e, para ele, um partido só cresce com bons aliados e lideranças. “Admiro muito Ronaldo Caiado, mas o partido ainda precisa estruturar elementos para uma boa base e gente que o fortaleça”, diz. O que ainda falta para o DEM, segundo o prefeito, é mais força, já que Caiado é um nome com um prestígio em Goiás.

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