Este, aí na foto, à direita, é o dr. Cristiano Sá Freire Levefre, indiciado pela Polícia Federal na Operação Miquéeias como um dos membros da quadrilha que desviava recursos de fundos de pensão municipais em todo o Brasil, inclusive em prefeituras goianas.
Ao lado de Cristiano, no centro, está Jamil Torquato, então secretário de Administração municipal, e (à esquerda) Velomar Rios, do PMDB, prefeito de Catalão até dezembro de 2012.
Cristiano foi indiciado no inquérito da Operação Miqueias e teve a sua prisão temporária solicitada pela PF (mas o desembargador federal que recebeu o pedido só autorizou a condução coercitiva).
Cristiano trabalhava como consultor da quadrilha. Era ele que visitava as prefeituras, em Goiás, para organizar o esquema de investimentos dos fundos previdenciários municipais em papeis podres, de onde seguiam para os bolsos da quadrilha comandada de Brasília pelo doleiro Fayed Traboulsi.
A Polícia Federal rastreou as andanças de Cristiano Sá Freire Levefre pelas Prefeituras goianas. Ele esteve em Aparecida, por exemplo, cujo fundo de pensão aplicou R$ 9 milhões em papeis micados, que, à época, dezembro de 2012, já haviam sido declarados em processo de perdas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários.
Catalão era a base de operações de Cristiano. Agora pasmem: ele foi nomeado pelo prefeito Velomar Rios, do PMDB, como presidente do Ipasc, nome do fundo de pensão dos servidores do município.
A Polícia Federal descobriu que, em dezembro de 2012, último mês do mandato de Velomar, o Ipasc investiu R$ 11 milhões, que foram retirados de aplicações seguras no Banco do Brasil e na Caixa Federal, e depositados nos fundos Adinvest, Atico Florestal, Atico Imobiliário e Vitória Régia – de onde, provavelmente, nunca mais retornarão.
Segundo a Polícia Federal, essas operações foram realizadas exclusivamente para atender aos interesses da quadrilha.