A candidatura a governador do empresário Vanderlan Cardoso (PSB) enfrenta dois problemas da maior seriedade: 1) a falta de apoio político consistente e 2) a dificuldade em explicar porque um candidato a governador, que teoricamente tem a missão de defender o Estado, realizou os seus maiores investimentos empresariais em outras unidades da Federação.
Na área política, Vanderlan até que tem se esforçado. Mas não conseguiu até hoje atrair nenhum apoio seja nos municípios seja na elite da política. Com exceção do prefeito de Senador Canedo, Misael de Oliveira, não há forças de expressão apoiando Vanderlan no interior do estado.
Na cúpula, a situação é ainda mais desoladora. Como reforço, Vanderlan conseguiu a filiação, ao PSB, do ex-governador Alcides Rodrigues, que hoje não tem nenhuma ação na área política e foi abandonado até por amigos mais chegados, como Sérgio Caiado e o deputado Francisco Gedda. Pior: Alcides carrega a pecha de ter sido um dos piores governadores do Estado, tendo deixado o Governo praticamente pelas portas do fundo, com baixíssimos índices de aprovação.
Pessoalmente, o drama maior de Vanderlan são as opções empresariais que ele fez. Hoje, a maior parte da sua fortuna está investida fora de Goiás. O mais grave é a montadora de motocicletas e triciclos, em parcerias com investidores chineses, que ele levou para Pernambuco – uma decisão sem justificativa, já que Goiás hoje já conta com três montadoras (Mitsubishi, Suzuki e Hyundai) e teria todas as condições para receber a fábrica que Vanderlan levou para Caruaru, no agreste pernambucano.
Quer ser governador de Goiás, mas não acredita no Estado? Como é que Vanderlan vai explicar isso?