O Sintego – Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Goiás – vive hoje uma tremenda crise existencial: os professores municipais de Goiânia, que estão em greve, rejeitaram a intermediação do sindicato e exigem uma negociação direta com o prefeito Paulo Garcia.
O Sintego, sempre tão ávido nas greves contra o Governo do Estado, ficou contra a greve da educação municipal. Em nota oficial, o sindicato explica por que não apoia o movimento: “Não apoia ainda porque o movimento é baseado numa série de inverdades inventadas com o intuito de espalhar o terror na categoria, este sim, um movimento politiqueiro, organizado por quem não tem legitimidade para negociar em nome da categoria”.
Não fosse apenas bizarra, a justificativa do Sintego para se opor aos professores municipais não tem o menor fundamento. A greve não está sendo organizada por nenhuma liderança e vai se desenvolvendo através de um comando coletivo, que não abre mão de sentar e negociar com a Prefeitura as suas reivindicações – todas situadas dentro da lógica salarial e operacional da categoria.
Não se tem notícia de uma greve, em Goiás, em qualquer área profissional, onde o sindicato se posiciona contra a sua base e dá apoio ostensivo ao patrão, no caso, a Prefeitura de Goiânia.
O problema é que o Sintego perdeu a credibilidade ao forçar a mão no seu envolvimento político-partidário com o PT, servindo de cabo de chicote para os interesses eleitorais de gente como o deputado Mauro Rubem e a própria presidente do sindicato, Ieda Leal, que mais cedo ou mais tarde terminará se candidatando a algum cargo eletivo.
São anos e anos de peleguismo. A conta chegou agora: os professores de Goiânia não querem ser representados pelo Sintego.