domingo , 28 abril 2024
Goiás

Crise da Cinemateca Brasileira, abandonada pelo Governo do PT, pode ser desafio fatal para Lisandro Nogueira

A situação da Cinemateca Brasileira, uma organização social que é controlada pelo Governo Federal, mas está sem dirigentes e sem repasse desde janeiro deste ano, é muito mais grave do que admite o seu novo diretor-executivo, o professor goiano Lisandro Nogueira (que ainda não foi empossado).

Lisandro foi escolhido em uma lista tríplice, pelo Ministério da Cultura, para dirigir a Cinemateca, que está mergulhada em uma crise sem precedentes – inclusive com denúncias de corrupção e um mar de irregularidades envolvendo a sua gestão administrativa e financeira.

Desde o começo do ano, quando o Governo Federal afastou os dirigentes da Cinemateca e cortou radicalmente as verbas para a sua sobrevivência, o quadro funcional da instituição foi reduzido quase pela metade. Em fevereiro, a equipe técnica contava com 124 funcionários, mas, hoje, são apenas 59, sendo 22 concursados e 37 prestadores de serviços, cujos contratos, aliás, estão se encerrando neste fim de ano.

A falta de pessoal (e verbas) levou à interrupção de serviços essenciais para o funcionamento da instituição, que tem sob a sua guarda 200 mil rolos de filmes e uma vasta coleção de material relacionado com o cinema brasileiro. Esse acervo, sem condições ideais de preservação, está em risco.

O professor Lisandro Nogueira tem dado declarações otimistas e diz contar com o apoio da ministra Martha Suplicy, mas isso pode ser pouco para vencer a burocracia, a falta de recursos e a má vontade do Governo Federal para com a Cinemateca – considerada como reduto de cineastas avessos ao PT.