Depois que o prefeito Paulo Garcia (PT) recuou na sua intransigência e fechou um acordo com os professores da rede municipal, que, por sua vez, marcaram para segunda-feira uma assembleia geral para por fim à greve da categoria, o presidente da Câmara de Vereadores, Clécio Alves resolveu bancar o corajoso.
À coluna Giro, de O Popular, Clécio diz neste sábado que,”lá, no plenário da Câmara, é que os professores não vão ficar de jeito nenhum”, insinuando que pode tomar medidas duras, como chamar a polícia, para retirar os grevistas do lugar.
Bravata.
Clécio, se tivesse coragem, já poderia ter chamado a polícia há 10 dias, quando a Justiça concedeu o mandado de reintegração de posse do plenário. Bastava que ele tivesse requerido a medida de força à Justiça, exigindo que os professores fossem colocados para fora.
É claro que haveria o risco de uma tremenda pancadaria, com repercussão nacional. Clécio avaliou a situação e engoliu a loba. Ficou quietinho. Agora, com a greve com data marcada para terminar, reaparece com pinta de “durão”, sugerindo que vai resolver o assunto – que já está resolvido – de qualquer maneira.
Vai nada. Todo mundo sabe que, na segunda-feira, após a assembleia geral que encerrará a paralisação, os professores vão deixar pacificamente o plenário. Eles ficaram lá o quanto e como quiseram e não deram a mínima para o presidente da Casa, ignorando solenemente a sua existência.
Clécio é mais um – além de Paulo Garcia – tragado pelo desgaste que a greve dos professores municipais impôs ao PT e ao PMDB.