quarta-feira , 21 agosto 2024
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Rádio 730 denuncia que sindicato da Polícia Civil investe em chantagem para fortalecer greve

Veja matéria publicada no site daRrádio 730:

Polícia Civil investe em chantagem

A Polícia Civil de Goiás está parada há 58 dias. Como nenhuma de suas reivindicações foi acolhida, a assembleia geral da categoria deliberou, no último dia 12, chantagear delegados e secretários da gestão estadual.

As lideranças do movimento estão convencidas de que ao ameaçarem a exposição das mazelas privadas e ilegais de seus chefes imediatos e dos gestores públicos vão, finalmente, convencerem os dirigentes governamentais a cederem às reclamações trabalhista.

Deduzo, então, que caso não dê certo esta nova estratégia, o próximo passo será sequestrar o governador Marconi Perillo e exigir por resgate o aceite administrativo das reivindicações. O leitor considera imprópria a minha conclusão? Acautele-se, pois eles se escondem atrás de sua segurança funcional para proferirem discursos que afrontam a segurança individual de cada cidadão.

Particularmente, desconheço a dimensão do movimento, pois a votação na assembleia geral da categoria teria sido feito por cerca de 16% (em torno de 500 policiais presentes) do efetivo, que é composto por 3.140.

O que mais me chama a atenção no momento é que a principal pauta é o aumento em 130% nos vencimentos, de R$ 2.971,95 o salário inicial para R$ 7.250,00. Convenhamos, só pode ser um delírio particular de liderança sindical. Não entro no mérito do merecimento, pois minha ótica é coletiva e não do umbigo, como foi estimulado, desde a década de 1950, quando o governo federal organizou o momento sindical, para que funcionasse por setor e não em geral, o que reduziria o seu controle.

E antes que se desconstrua a minha imagem e se desmereça o meu direito de expressão, lançando-me palavras de ordem gastas, não ouvi solicitações dos grevistas para que a administração pública disponibilize cursos e intercâmbios para qualificação profissional e, muito menos viabilize equipamentos científicos.

Nada garante que o aumento salarial e o pagamento de bônus por produtividade resulte em aumento nos resultados e qualidade de serviços. Pesquisa Perfil das Instituições de Segurança Pública do Brasil, apresentados este ano pelo Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), revela que o rendimento das investigações em Goiás está em 89%.

Um índice menor do que os apresentados pelos estados de Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Amazonas, cujos salários e infraestruturas básicas são problemáticos. Nesses estados falta acesso à internet ou mesmo inexistem algemas, coletes e prédios para abrigarem os institutos de criminalística e médico-legal.

Um cenário que respalda a presença da Força Nacional em Goiás. Aliás, o grupo de 34 policiais, em cerca de 60 dias, conseguiu apontar a autoria de homicídios em 300 inquéritos. Inclusive desbaratando uma quadrilha de policias em Rio Verde, que durante o horário comercial eram servidores públicos e à noite e finais de semana pistoleiros do narcotráfico.

Para os líderes sindicais, a Força Nacional em solo goiano é uma afronta. Balela. Corporativismo puro. No levantamento nacional, Goiás está em 25º lugar, no ranking de conclusão de inquéritos registrados até 31 de dezembro de 2008. Não vou nem me referir aos outros 2.000 abertos e não solucionados nos últimos cinco anos.

Goiás e o segundo estado com o maior índice de homicídio no País, por que falta profissionalismo. É a primeira vez, em 27 anos de profissão, que presencio a posse no comando da SSP/GO, de alguém que entende academicamente e oficial do riscado. Os demais sempre foram politicamente construídos e trabalhados para atender ao grupo político que governava e/ou utilizar o espaço para se tornar parlamentar.

A criminalidade nunca foi protagonista de um planejamento estratégico. A grande maioria de investigadores e peritos é generalista. Não tem especialização, que, geralmente, é destinada a delegados. Os investimentos são medíocres. Raros foram os momentos em que dinheiro federal veio para a segurança goiana, como época de Demóstenes Torres, especialista em punir bandidos presos. A segurança pública existe para prender bandidos soltos.

Goiás está na rota do narcotráfico, que por sua vez suscita outros delitos, mas principalmente o homicídio. Eles tem armas e muito dinheiro para investir e encantar os incautos que se deixam hipnotizar pelo material. Chantagem é crime. Entendo que a cúpula da segurança goiana deveria, sim, criminalizar os rumos do movimento paredista. Não tenha medo. Esse negócio de “categoria está contra direção da segurança” evidencia apenas a dificuldade de se cobrar trabalho e comprometimento com a profissão.

Por outro lado, faço um desafio: aqueles que acham o salário está irrisório, peça exoneração e tente emprego na iniciativa privada. Vão descobrir que podem ganhar muito dinheiro, mas vão precisar investir em suas carreiras e gastar muito tempo em banco escolar. Quem acha que ficará rico no serviço público não tem a medida do coletivo e desconhece os princípios do público.

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