Com capacidade para 5 mil detentos, a penitenciária da Papuda, em Brasília, abriga hoje mais de 9 mil, espremidos em três blocos prisionais.
É para lá que irão os mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal.
As instalações são precárias e mal conservadas, a exemplo da grande maioria das instalações do sistema penitenciário brasileiro.
Mas há oficinas profissionais e uma grande área, de quase 100 alqueires, onde os presos podem trabalhar e, consequentemente, reduzir as suas penas – o que é previsto pela legislação penal.
Prevendo que os mensaleiros seriam um dia recolhidos à prisão e antevendo a forte possibilidade que a Papuda fosse a cadeia escolhida, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, iniciou secretamente a construção de um novo anexo na penitenciária – especialmente para abrigar com conforto os companheiros condenados. As celas para os presos “especiais” — os mensaleiros — seriam individuais e teriam cama de solteiro, banheiro com privada, chuveiro elétrico e televisão, muito mais confortáveis do que o padrão da Papuda.
A malandragem foi descoberta e sustada pela Justiça. A companheirada vai “desfrutar” da Papuda em instalações comuns.