Leia a matéria do editor-chefe do Jornal Opão, Euler Belém, sobre um amontoado de erros e besteiras escritos pelo repórter Renato Queiroz (o mesmo que outro dia resenhou mais de 10 biografias que não leu), do caderno Magazine de O Popular, em uma reportagem sobre uma visita do renomado articulista e escritor Ruy Castro a Goiânia.
Confira:
O Popular erra tanto que não pode e não vai mostrar reportagem a Ruy Castro
Euler Beloém
O repórter Renato Queiroz, do “Pop” (terça-feira, 12 — “Literatura — Garimpar é preciso”. Curiosamente, o texto não discute apenas literatura), teve uma excelente ideia. Ele acompanhou o jornalista, biógrafo e escritor Ruy Castro em périplo por sebos do Centro de Goiânia. “Nunca entro em um sebo procurando alguma coisa, mas acabo achando tudo”, disse, sempre espirituoso.
O jornal conta que Ruy Castro encontrou discos de jazz, que aprecia, mas mencionou apenas o músico Don Byas (1912-1972). “Apesar de ser um artista extraordinário, ele é pouco conhecido até mesmo nos Estados Unidos, onde nasceu.”
“Quando morrer, não quero ir para o céu. Quero ir para um sebo”, diz Ruy Castro, que detesta e-books. “Não passo nem perto.”
O “Pop” tem sorte. Como é “fechado” na internet, a reportagem possivelmente não será lida por Ruy Castro. Há uma série de impropriedades que desagradarão o biógrafo rigoroso e preciso.
O jornal menciona o escritor “Xavier de Monteiro”, autor de “Os Fantoches de Madame Diabo”. Como se sabe fora da redação do “Pop”, não se trata de um escritor brasileiro ou português, e sim do francês Xavier de Montépin (1823-1902).
O poeta piauiense que morreu aos 32 anos num acidente de avião não é evidentemente “Mauro” Faustino, e sim Mário Faustino.
É claro que Ruy Castro guarda seus livros em estantes e não, como quer o jornal goiano, em “estandes”.
O “Pop” não sabe, mas Charlie Chan não é autor de livros publicados pela Editora Vecchi. Na verdade, Charlie Chan é um detetive criado pelo escritor americano Earl Derr Biggers (1884-1933).
A reportagem informa que Claude Lévi-Strauss é francês, quando o antropólogo é belga (mas quase todo mundo diz que é francês, ressalve-se).
O repórter garante que Ruy Castro e sua mulher, Heloisa Seixas, moram no mesmo apartamento. Só se passaram a residir juntos. Eles moravam (ou moram) em apartamentos diferentes.