Editorial do Jornal Opção desta semana diz que os empresários Júnior Friboi e Vanderlan Cardoso estão equivocados ao tentarem vender a ideia de que o governo deve ser administrado com os princípios da iniciativa privada.
Governo não tem de dar lucro.
O jornal lembra ainda que Alcides Rodrigues, modelo de gestão admirada por Vanderlan, dizia que estava perseguindo o ajusta das contas e ao final deixou as estradas esburacadas.
Veja:
“Friboi não é um homem público. Ao contrário, é um indivíduo formatado na iniciativa privada, engordado com dinheiro público, que avalia que vai governar Goiás. Entretanto, assim como o empresário Vanderlan Cardoso — pré-candidato ao governo de Goiás pelo PSB —, Friboi, que pretende ser candidato a governador pelo PMDB, parece que avalia que o setor público pode ser administrado como a iniciativa privada. Está equivocado. A essência, sua finalidade, do setor público não é o lucro. Não adianta ter superávit se obras de infraestrutura — vitais para garantir o crescimento e o desenvolvimento do País — não forem construídas. Em Goiás, entre 2007 e 2010, o então governador Alcides Rodrigues dizia que estava colocando as contas do Estado em ordem, acusando o governador anterior, Marconi Perillo (PSDB), de legar um rombo — de resto, não provado —, mas, ao terminar sua gestão, deixou as rodovias estaduais esburacadas, algumas intransitáveis.
O “lucro” do governo — do Estado — não é imediato. Às vezes se dá a médio ou, mais, a longo prazo. Quando o governo investe num programa maciço de recuperação ou construção de rodovias — como está fazendo, com acerto, o governador Marconi Perillo —, não há dúvida de que há endividamento e que os ganhos maiores são da iniciativa privada e dos cidadãos comuns, que passam a ter mais segurança. Mas, frise-se, o lucro do Estado é crescimento e desenvolvimento. Não é necessariamente financeiro”.