Até agora, o que se via em O Popular era uma unânime condenação dos seus jornalistas à classe política e uma linha editorial de indignação moral contra os Governos e os governantes.
No caso das greves de funcionários públicos, o maior jornal de Goiás sempre defendeu o corporativismo e os grevistas, como, aliás, secoubesse a eles uma superioridade moral inata em qualquer circunstância.
Mas… alguma coisa está mudando no maior jornal do Estado.
Primeiro, é a cobertura da greve dos policiais civis. O Popular sempre defendeu todas as greves. Essa da polícia, não. A condenação é firme e dura. Os policiais civis cometem ilegalidades, fazem reivindicações absurdas e O Popular, que sempre foi corporativista, dessa vez condena.
Segundo, a articuladora-mor da postura editorial de O Popular, a editora-chefe de O Popular, acostumada a escrever repetidos artigos contra os políticos, neste domingo publica um texto inovador, em que diz, literalmente, que “a condenação (dos mensaleiros) não pode ser estendida aos partidos e à política em si, que são necessários à construção democrática “.
Cileide, incrivelmente, defende os políticos: os erros de uns não podem ser tomados como a culpa de todos, diz ela, acostumada, semana após semana, a meter a vara na classe política em geral, só pelo fato de ser constituída por políticos.
Diz-se de O Popular, a propósito, que teria inventado o “jornalismo de protesto”. Ou seja: seus editores inundam as edições com artigos de opinião reclamando principalmente dos políticos, aos quais atribuem todos os males que afligem o país, no mais das vezes sem argumentos consistentes e somente se baseando em frases carregadas de indignação moral.
O Popular está mudando.