Integrando à equipe de O Popular como repórter especializado em economia, Leandro Resende escreve nesta terça-feira sobre o surpreendente PIB de R$ 111 bilhões que o Estado de Goiás alcançou em 2011.
Leandro atribui grande parte desse espetacular desempenho do PIB goiano (crescimento quase três vezes superior ao do Brasil) à política dos incentivos fiscais – e aí ele comete um erro cabeludo, que mostra o seu completo desconhecimento da história econômica do Estado.
Vamos conferir:
“No início dos anos 80 e final dos anos 90, Goiás criou dois programas de incentivos fiscais, o Fomentar, e financeiro-tributário, o Produzir, respectivamente. Estes programas goianos, de uma forma direta, afetaram a dinâmica da economia nacional a partir dos anos 2000. Pioneiros, os incentivos fiscais e financeiros de Goiás serviram de inspiração – muitas vezes foram copiados quase integralmente – à maioria dos Estados mais pobres”, afirma Leandro.
Errado.
Os incentivos fiscais foram introduzidos em Goiás, pela primeira vez, pelo governador biônico Leonino Caiado, que criou a Lei 7.700 – aliás copiada do Espírito Santo. O Fomentar, de Iris Rezende, e o Produzir, de Marconi Perillo, vieram depois e não foram pioneiros em nada nem muito menos copiados por outros Estados.
Quando o Fomentar e o Produzir foram lançados, a febre dos incentivos fiscais já havia tomado conta do país, claro, nos seus Estados mais atrasados economicamente. Na verdade, o Fomentar e o Produzir aproveitaram muitas ideias que já estavam em prática em outras unidades da Federação.
Caso tenha alguma dúvida, Leandro Resende pode obter o esclarecimento aí mesmo na redação de O Popular, com o seu colega Wanderley de Faria – este, sim, expert em economia goiana e especialmente em incentivos fiscais.