Veja matéria do Diário da Manhã:
O anticandidato do PMDB
Helton Lenine
Da Editoria de Política & Justiça
Consciente de que são remotas, para não dizer nulas, as chances de viabilizar-se como nome do PMDB na disputa da sucessão estadual, sem apoio de deputados, prefeito, vereadores, diretório e desprovido de recursos financeiros para entregar no “jogo pesado” de uma eleição majoritária, o advogado Ivan Ornelas, ex-deputado estadual, por dois mandatos (PMDB e PT), coloca-se como o “anticandidato”, aquele que veio para combater a “ditadura política e econômica que se estabeleceu no seio do partido.”
Em visita à Redação do Diário da Manhã, Ivan Ornelas anunciou que, segunda-feira, irá representar à Justiça para pedir a nulidade da Ata da Reunião da Comissão Executiva Estadual do PMDB, que formalizou apoio à pré-candidatura de Júnior Friboi a governador, desconhecendo as demais postulações. Ele sustenta que apenas a convenção partidária, prevista no calendário definido pela Justiça Eleitoral, tem legitimidade para referendar candidaturas.
O ex-deputado Ornelas revela que tem peregrinado pelo interior do Estado, de automóvel, já que não dispõe de recursos financeiros para alugar uma aeronave, foca seus ataques em um dos três pré-candidatos do PMDB: o megaempresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi, agora referendado pela executiva estadual do partido. Ele poupa de suas críticas o ex-governador Iris Rezende e o ex-deputado estadual Wagner Guimarães, também cogitados no PMDB para a candidatura a governador.
O ex-deputado critica a decisão da executiva estadual do PMDB, presidida pelo deputado Samuel Belchior, de desconhecer o seu pedido de reconhecimento da pré-candidatura ao governo estadual. “Me tratam como se eu não tivesse história política em Goiás, no PMDB. Em momento algum, recebi tratamento digno da direção estadual em relação à minha pré-candidatura a governador.” E indaga: “Será por que não disponho de recursos para financiar futuras candidaturas a deputado federal e a deputado estadual?”
ANTICANDIDATO
Ivan Ornelas se coloca como o anticandidato do PMDB e que vai utilizar-se dessa condição para combater a prática que busca “deformar, desgastar e descaracterizar” a legenda em Goiás. “Não posso concordar com o que estão fazendo com o PMDB, que sempre se posicionou contra os privilégios, a arrogância, a compra de votos, a concentração de riquezas, a conduta antiética, a deformação do processo democrático no País.”
Diante da indiferença do comando partidário em relação à sua postulação, Ivan Ornelas disse ao Diário da Manhã que, a partir de agora, vai percorrer os municípios para denunciar à militância do PMDB a prática política “nefasta e ditatorial” praticada pela executiva. “Somos quatro nomes, por que privilegiar apenas um? Nem mesmo o critério da pesquisa justifica, porque o megaempresário da carne tem apenas 2% de intenções de voto.”
O ex-deputado acusa o deputado Samuel Belchior e os demais membros da executiva estadual de fazer uma “negociata” com o empresário Júnior Friboi, apenas com o objetivo de garantir recursos financeiros para futuras candidaturas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. “Está visível que esses deputados-dirigentes querem apenas recursos para financiar suas campanhas proporcionais em 2014.”
Ivan Ornelas diz que a direção estadual “suja” a história do PMDB, o que, segundo ele, deixa os militantes “idealistas, éticos, probos e sonhadores” envergonhados. “Tenho conversado muito com militantes do PMDB e todos estão espantados com a atitude dessa cúpula partidária, que procura manchar a história do partido, cedendo a legenda”.