Veja análise do Jornal Opção:
Vanderlan Cardoso
Se perder em 2014, o pré-candidato do PSB ao governo, Vanderlan Cardoso, tende a sucumbir? Seus aliados afirmam que, antes de se tornar presidente da República, Lula da Silva perdeu três eleições — uma para Fernando Collor e duas para Fernando Henrique Cardoso. Estão certos, na constatação óbvia sobre Lula, mas se esquecem que Vanderlan Cardoso não é o petista-chefe. Lula é um mito. Vanderlan Cardoso é um político provincial.
Em 2010, com o apoio maciço da estrutura do governo do Estado, Vanderlan ficou em terceiro lugar, atrás de Iris Rezende, o segundo colocado, e de Marconi Perillo, o vitorioso. Agora, quando o nome de Iris Rezende é citado na pesquisa, mais uma vez o líder do PSB cai para terceiro lugar, atrás do peemedebista, o segundo colocado, e do tucano-chefe, o primeiro colocado.
Depois de ser prefeito de Senador Canedo — revelando-se um gestor competente e criativo, numa cidade na qual estava quase tudo por fazer — e candidato a governador derrotado, Vanderlan Cardoso ainda pretende se apresentar como novo e, como aprecia dizer, “diferente”. Não é mais novo e não é mais diferente. É um político como qualquer outro — tanto que, repetindo a tradição, já passou por três partidos, PR, PMDB e PSB. No PMDB não ficou um ano e saiu com a desculpa de que havia sido esvaziado por Iris Rezende, que, teria dito nas explicações aos seus aliados, não permitiria que fosse candidato a governador. Fidelidade partidária, portanto, não é uma virtude do empresário.
Aliados de Vanderlan Cardoso garantem que será candidato de qualquer maneira, pois, se não for eleito em 2014, nas eleições seguintes, como a de 2018, poderá se apresentar como um candidato experimentado. Como se disse antes, o futuro nem a Deus pertence. Tanto o eleitor poderá perceber o líder do PSB como “experiente”, em 2018, quanto poderá entendê-lo como “não-novo”. Há quem aposte que o futuro de Vanderlan Cardoso é uma volta à Prefeitura de Senador Canedo, em 2016. Depois, deveria disputar mandato de deputado federal. Analistas avaliam que deu e está dando um salto maior do que as pernas. Os mesmos analistas admitem, porém, que se trata de um quadro político tecnicamente qualificado para governar Goiás.
Golbery do Couto e Silva, o general mais civil da ditadura e o “político” que articulou a Abertura, convencendo o presidente Ernesto Geisel de que era hora de devolver o poder ao civis — antes que a sociedade começasse a execrar os militares —, dizia que, no bojo de uma derrota sempre haverá espaço para outra derrota. Talvez seja o caso de Vanderlan Cardoso, se continuar tentando disputar o governo de Goiás. A palavra a reter é “talvez”. Pode ser que Vanderlan surpreenda a todos e chegue ao poder no Estado. Ressalte-se que seus índices nas pesquisas de intenção de voto não são ruins.