Em artigo na primeira página do caderno de opinião do Diário da Manhã, o vereador Tayrone Di Martino promete “ouvir” o povo em 2014, no exercício do seu mandato de vereador em Goiânia.
Em 2013, Tayrone não “ouviu” o povo. Na Câmara, votou servilmente todas as mensagens do prefeito Paulo Garcia. Foi a favor, por exemplo, do aumento abusivo do IPTU e ITU, que acabou sendo rejeitado, mesmo com o seu voto pela aprovação.
O IPTU e o ITU geraram um reação negativa em massa em Goiânia. Houve uma grande mobilização das entidades classistas e da própria sociedade. Sensibilizada, a maioria dos vereadores derrubou a mensagem do prefeito Paulo Garcia que propunha o reajuste de até 37% no tributo.
Mas Tayrone, como se estivesse em outro mundo, escreve que em 2014 “é preciso respeitar as estruturas da sociedade”. E que é preciso “escutar cada um dos segmentos que compõem o tecido social de Goiânia” – coisa que, em 2013, ele não fez. E mais: “Nós, parlamentares, temos de escutar e dialogar para depois legislar. Do contrário, o voto popular é usurpado”.
Incrível. Tayrone escreve e defende exatamente o contrário do que ele tem feito, como vereador que sempre aprova calado os projetos do prefeito Paulo Garcia, mesmo com a sociedade gritando contra.
Mas a conclusão do artigo de Tayrone é que é inacreditável. Ele protesta contra o péssimo desempenho do setor de saúde pública e contra as deficiências no transporte coletivo em Goiânia, exatamente as áreas onde o prefeito Paulo Garcia mais está se saindo mal. Nas constantes denúncias de mau atendimento nos Cais municipais e nos protestos contra a falta de qualidade dos serviços de ônibus, em Goiânia, o vereador nunca se pronunciou. Sempre se calou, subserviente e omisso.
Agora, para fazer média, assina um artigo onde – acredite, leitor – defende tudo o que ele… não faz.