quinta-feira , 7 novembro 2024
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Leia os trechos do livro de Tuma Jr. em que ele conta como Lula era alcaguete da ditadura

Bastou chegar às livrarias para o livro “Assassinato de reputações: um crime de estado” tornar-se um best seller. O livro mais vendido na amazon.com teve também registro de detalhes e trechos no Diário da Manhã, que promete mais passagens apimentadas nas próximas edições.

A edição desta segunda-feira do DM trouxe os trechos que mostram como os petistas ligados à Lula organizaram um esquema para destruir a reputação de Marconi Perillo em 2010 e depois em 2012 com a CPI Cachoeira.

Romeu Tuma Júnior, autor da denúncia-livro, mostra que Marconi Perillo era a prova de que Lula sabia, sim, do mensalão. Afinal, uma ano antes de tudo explodir, o governador de Goiás teria registrado o fato ao então presidente.

Na passagem mais interessante, porém, Lula é classificado como informante da ditadura. Era o ‘darling boy’ do Dops paulistano. E as provas? As fotos de Tuma Júnior ao lado de Lula, em escolta de proteção não bastam?

Eis alguns trechos publicados pelo DM:

Capítulo 4

LULA: ALCAGUETE E APRENDIZ DO DOPS

Tratarei agora do uso que Lula viria a fazer do que aprendeu na estreita colaboração que manteve com Tumão no Dops. Invertendo muitos conceitos caros ao meu pai, ele, ao chegar à presidência da República, teve prazer em manipular o Estado, valendo-se, para tanto, de setores da Justiça e da Polícia Federal. Na ditadura, Lula foi um dos mais importantes informantes do Dops capitaneado pelo meu pai. Já dei umas pitadas sobre isso, mas agora vamos ao prato principal.
(…)

O Dops contava com quatro tipos de fonte de informação humana: os informantes, os infiltrados, os delatores e os “caguetes” (ou alcaguetes). Lula pertencia à categoria dos informantes, e tinha o codinome “Barba”. No sindicalismo, os informantes eram chamados também de “pelegos” ou de “Judas”. Não tenho dúvida de que a Lei da Anistia acabou abrindo indevido espaço ao peleguismo para uma injusta, falsa e oportunista apropriação da história de lutas contra a ditadura. Se soubessem que era informante pessoal de meu pai, Lula estaria morto há muito tempo. Creio que, à época, teria o mesmo efeito dos informantes que a polícia planta no xadrez para colher informações dos presos, os “passarinhos” ou “curiós”. Estes, hoje em dia, só servem para denunciar fuga, mas antes ajudavam a esclarecer muitos crimes. Na categoria dos infiltrados tínhamos os policiais e tiras profissionais, que ganhavam do Estado, mas se travestiam de estudantes, operários e outros profissionais, frequentavam universidades e sindicatos.
(…)

Lula era nosso melhor informante, por isso eu estava na missão de acompanhá-lo em sua prisão. O motorista do Corcel era particular de meu pai, o tira Agnaldo Francisco Louzado (conhecido como Patinho), há alguns anos assassinado na zona leste de São Paulo numa tocaia promovida pelo PCC. Lula nos prestava informações muito valiosas: sobre as datas e locais de reuniões sindicais, quando haveria greve, onde o patrimônio das multinacionais poderia estar em risco por conta dessas paralisações.
(…)

O próprio Lula nos dizia que Gushiken era “o mais arredio, o mais preocupante, um verdadeiro louco incontrolável, o que merecia mais atenção”. Foi ele quem despertou nossa atenção especial pelo “China”. Dentre os metalúrgicos, informava que o difícil de ser controlado era o Edimilson, vulgo Alemãozinho.

(…)
Lula combinava greves com empresários e avisava o Dops. Muitas das greves que ele armava com os empresários eram para aumentar o valor da venda dos veículos, para lastrear moralmente a ideia de que “vamos repassar aos preços dos carros o aumento de salário obtido pela categoria que Lula comanda”.

Não é por menos que Miguel Jorge, um ex-presidente de montadora do ABC, virou ministro de Estado, sob Lula.

Desde aquela época o Lula confiava muito nele (…)”

******
CAPÍTULO 7
ASSASSINANDO REPUTAÇÕES: Dr Tuma: faça um favor ao Lula e fulmine o senador Perillo

“Um dos mais escandalosos pedidos para fulminar alguém me foi feito pelo ex-ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto. Um dia, ele me chamou ao seu gabinete e, um tanto lívido, disse: ‘Isso aqui veio de cima, lá do Planalto, do Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente Lula. Ele quer que você atenda a um pedido do Lula e mande para o DRCI investigar isso aqui’. O ‘isso aqui’ do ministro da Justiça era um envelope numa pastinha que ele me entregou com um dossiê contra Marconi Perillo. O motivo era simples: Perillo havia alertado o presidente Lula, antes de todo mundo, sobre a existência do Mensalão. E o Lula, sempre rancoroso e louco por vendetas, achava que Marconi é quem estava por trás das denúncias do Mensalão. Voltando. Pergunto ao ministro se ele está louco. Quem fez isso aqui? Ele responde: “Foram eles lá com o Sandro Mabel”. Insisto que não deveria ter aceito, e como ministro da Justiça deveria ter alertado o presidente e o Gilberto dos riscos de crime de responsabilidade! O ministro Luiz Paulo Barreto me fala: “E agora, Tuma, agora que peguei essa porra, eu faço o quê?”. Respondo, incontinenti, que não trabalho esquentando dossiês feitos na calada da noite, à socapa. Disparo: “Só aceito isso se tiver remetente oficial”. O ministro responde: “Você tem que aceitar porque o presidente e o Gilberto Carvalho querem investigar se o Perillo tem passaporte falso e contas no exterior”. Retruco: “Se vira, porque não dá para esquentar dossiê”.

(…) Avisei meu pai sobre a tentativa do dossiê. Por quê? Por uma questão de Justiça. Afinal, ele era o corregedor do Senado e já começava o zunzunzum na mídia; o Perillo era o vice-presidente e caberia ao “Velho” apurar as denúncias contra o senador goiano desafeto de Lula. Para evitar desgastes desnecessários, avisei: “Cuidado que tem sacanagem!” (…) Cheguei a dizer ao meu pai que, ao admitir aquele tipo de coisa, o Lula “queria” ir para a cadeia. Meu pai entrou na jogada, não se conteve, mandou apurar, mas contou para o Perillo do dossiê.

(…)
Recordemos do caso. Estamos em 11 de agosto de 2005. O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), confirmou que avisara ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a existência do suposto pagamento de mesadas a parlamentares, o Mensalão, 15 meses antes do caso vir à tona, em junho daquele ano. Em ofício remetido ao Conselho de Ética da Câmara, Perillo atestou que fez o alerta no dia 5 de março de 2004, quando Lula foi à cerimônia da inauguração da fábrica da Perdigão em Rio Verde (GO).
(…)

Aparentemente, Lula não moveu um dedinho sequer para acabar com o esquema. Seis meses após o alerta feito por Perillo, o Jornal do Brasil publicou reportagem em que o deputado e então líder do Governo na Câmara, Miro Teixeira, denunciava a existência de um esquema para fazer deputados votarem com o governo mediante o pagamento de mesadas. A história ficou esquecida até que o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que o esquema de compra de parlamentares, já relatado pelo governador de Goiás e por Miro anteriormente, existia de fato.
(…)

Lula não perdoou isso em Perillo. Lula é vingativo, e não engole sapos. Nisso é o contrário do meu pai, o maior engolidor de sapos que conheci. Lula traz a vingança como um bolo duro na garganta, que ele guarda anos a fio – e manda sempre expelir o desconforto para ele, algum teleguiado de aluguel.

Trago ainda guardado o dossiê que o Planalto forjou contra o Perillo. Tudo por conta do que expus acima. Lula não perdoou essa história toda. Mais à frente você verá o fac-símile desse dossiê montado contra Perillo. O dossiê me foi entregue pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. A ordem era intempestiva: manda ao DRCI para fulminar Perillo. (…)

Por eu não ter aceitado participar desse mecanismo de matar reputação, e por Perillo ser um “alvo” há muito escolhido, o ex-presidente mandou voltarem à carga na CPI do Cachoeira. Aliás, a CPI do Cachoeira, em grande medida, foi instalada por pressão do Lula para fazer um contraponto ao julgamento do Mensalão e para atingir Perillo, que ele não perdoa. Tem ódio mortal!”

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