Engana-se redondamente quem pensa que Iris Rezende pendurou as chuteiras políticas e não quer ser candidato a governador em 2014.
Os sinais são evidentes e só não os entende que quer se iludir.
Veja, por exemplo, artigo publicado nesta terça-feira no Diário da Manhã.
Assinado por Silvana Marta, que se autonomeia líder do movimento “I love Iris Rezende, pró-candidatura de Iris ao governo.
No texto, claro, ela tece loas e loas ao velho cacique e detona, sem dó, a candidatura de Júnior Friboi.
Alguém em sã consciência acredita que ela escreveria (se é que alguém não escreveu e ela só assinou) o artigo se não tivesse o sinal verde de Iris ou de dona Iris Araújo?
Claro que não.
Veja o texto:
A saia justa do PMDB
SILVANA MARTA
Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o Brasil viveu momentos de grande instabilidade política. João Goulart assume a Presidência da República na condição de vice-presidente de Jânio Quadros sob a hostilidade dos militares, que viam nele uma ameaça ao país, por seus vínculos com políticos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Esta instabilidade política deu margem à instalação do Regime Militar de 1964. A ditadura se consolidou no Brasil com a aprovação famoso AI-5, ou seja, Decreto Institucional nº 5, que dava ao regime poderes absolutos como a suspensão dos direitos políticos de quaisquer cidadãos por dez anos e a cassação de mandatos eletivos federais, estaduais e municipais. O AI-5 também extinguiu os 13 (treze) partidos existentes no Brasil, dando origem ao dualismo partidário Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido do governo e MDB (Movimentos Democrático Brasileiro), formado pelos opositores do governo de então.
Mas a ditadura não teve apenas o MDB como oposição. Surgiram movimentos políticos clandestinos, armados, que tinham como lema o “olho por olho e dente por dente”. Organizações consideradas terroristas como a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) surgiram. Esta como uma organização política armada brasileira de extrema esquerda que visava a instauração de um regime de governo comunista no Brasil. Suas ações eram de roubos, assaltos a bancos e supermercados, sequestros, e todo tipo de crime, inclusive homicídio, sob a bandeira da “luta política contra a ditadura”. Dizem que foi deste movimento que a atual “presidenta” participou, tendo inclusive liderado o assalto conhecido como a “Expropriação do cofre do Adhemar”, dinheiro este supostamente de propriedade do ex-governador de São Paulo Adhemar Barros. O produto deste roubo teria sido a elevada quantia de U$ 2,5 milhões. Também dizem que a granada que matou despedaçou o soldado Mário Kosel Filho em uma emboscada em frente ao Quartel General do II Exército de São Paulo na madrugada de 26 de junho de 1968 teria sido lançada das mãos de Dilma Rousseff ou de Dulce Maia, outra companheira do movimento. Um ano depois, com os fins de sequestrar o então embaixador americano Charles Burke Elbrich em setembro de 1969, a organização rebatizou-se como MR-8, já que mudava constantemente de nome como tática de sobrevivência. O sequestro foi um sucesso, e o movimento tornou-se nacional e internacionalmente conhecido. O MR-8 continua existindo até os dias de hoje, junto a diversas organizações políticas. Atua no presente como uma corrente dentro do PMDB. Neste conturbado contexto, surge Iris Rezende Machado, que aliás resolveu trilhar um caminho bem diferente ao da nossa “presidenta”. Trilhou o caminho da paz. Eleito prefeito de Goiânia em 1965, teve o mandato cassado pelo regime militar em 1969. Este homem sim, sentiu na pele o malogro da ditadura, o que certamente lhe deu ‘alguma’ bagagem. Na verdade, Iris Rezende sabe o que é política, o tamanho da responsabilidade e do peso. Também é grande articulador e líder de renome nacional. O problema é que o PMDB goiano parece ter se esquecido disso. Adota postura de “aventureiro” e trilha agora um caminho desconhecido, sob a batuta do calouro Jr. Friboi, que, tal como um bife mal passado, já passou por vários partidos, tendo sido rejeitado por outros, e então, resolveu mudar de estratégia: dizem que distribuiu seu rico “dinheirinho”, para ajudar nas eleições de várias prefeituras do PMDB por todo estado em 2012. Esta é a verdadeira saia justa do PMDB: como receberam ajuda financeira para suas campanhas políticas de Jr. Friboi, agora, por uma questão de retribuição, os prefeitos eleitos ‘devem’ apoio a esta candidatura, que aliás já nasceu falida, tal qual estava a empresa deste candidato antes de receber os empréstimos bilionários do BNDES nos governos de Lula e Dilma, cujas cifras alcançam pelo menos a casa dos R$ 7,5 bilhões.
Resumindo: A candidatura de Jr. Friboi não decola e o PMDB sabe que este nome não tem nenhuma chance de vencer as eleições para o governo do Estado em 2014.
Entretanto as pesquisas apontam Iris como líder capaz de se opor ao famigerado governador do Estado, Marconi Perillo.
E você, leitor, pode me fazer a seguinte pergunta: Iris de novo? Não tem outro nome? E eu lhe repondo: não, não tem, por causa da bagagem, do passado limpo e da dedicação ao povo. Iris não é um político comum. É um fenômeno que os mais novos precisam conhecer.
Por isso, convoco toda a oposição para repensar, se recompor e aglutinar, já que, sob o sonho de tomar o poder em 2014, se mostra desvairada e perdida, o que a levará indubitavelmente à derrocada final nas urnas em outubro deste ano.
É hora do PMDB jogar a camisa aos pés de quem sabe de cor e salteado como recolocar Goiás nos trilhos: Iris Rezende. Deus tenha misericórdia de nós, o povo, que não aguentamos mais estarmos mergulhados nesta lama de devaneios e alucinações de tantos líderes políticos lunáticos e irresponsáveis, que usurpam do poder para o seu próprio deleite.
Que 2014 seja para nós, o povo, um ano bom, de mudanças, e de muito trabalho sério na política, abrindo caminhos para um futuro melhor com a perspectiva do retorno dos mutirões de infraestrutura, casas próprias, asfalto e da implantação de programas sérios e eficazes nas áreas da educação, saúde e segurança pública.
(Silvana Marta de Paula Silva, advogada, líder do movimento “I love Iris Rezende”, pró-candidatura de Iris Rezende ao governo do Estado de Goiás)