Inércia e subserviência do prefeito Paulo Garcia (PT) aos barões do transporte coletivo. Esses foram os dois principais motivos que levaram à suspensão do programa Ganha Tempo em Goiânia, que permitia ao usuário utilizar a mesma passagem para pegar até três ônibus no prazo de 2h30.
A crise do transporte é pauta velha. Foi a propósito dela, aliás, que Iris Rezende (PMDB) elegeu-se prefeito de Goiânia em 2004, ancorado na promessa de oferecer aos cidadãos da Capital um serviço de primeiro mundo.
Iris não cumpriu o que prometeu e tampouco o seu sucessor, Paulo Garcia. Imobilizado pela sensação de que é incapaz de desatar este nó, Paulo preferiu o caminho mais fácil: fugir do problema.
A pedido dos empresários, várias reuniões do Conselho Deliberativo do Transporte Coletivo (CDTC) já foram marcadas para discutir o Ganha Tempo, mas o prefeito e o presidente da CMTC, nomeado por ele, boicotam todas.
Medo de enfrentar os empresários? Talvez seja. Falta de coragem para impor os interesses da população? É possível que sim.
Fato é que a inércia paulina faz a gente lembrar dos tempos do ex-governador Alcides, em que tudo era deixado para o “momento oportuno”, e esse momento nunca chegava.