A usina de Cachoeira Dourada foi vendida em 1997 pelo então governador Maguito Vilela, do PMDB, que arrecadou quase US$ 1 bilhão de dólares com a operação, na época.
A venda de Cachoeira Dourada foi classificada, neste sábado, pelo jornal O Popular, em editorial, como “equívoco histórico irremediável”.
Os quase US$ 1 bilhão de dólares que o Governo do Estado recebeu poderiam ter iniciado uma revolução na economia goiana. Mas os recursos desapareceram, pulverizados em gastos que nem o próprio Maguito nunca soube explicar.
Do pouco que se sabe, apurado em auditorias realizadas posteriormente, constatou-se que o dinheiro foi para obras de pouca importância e até inúteis, sem falar da utilização com gastos de custeio do Estado. Um levantamento realizado pelo Jornal Opção mostrou que até caixas de alface foram adquiridas com os recursos de Cachoeira Dourada. Diárias também foram pagas com o dinheiro.
Mas não foi somente a venda, em si, que inviabilizou financeiramente a Celg. O Governo Maguito Vilela ainda assinou com a empresa chilena Endesa, compradora de Cachoeira Dourada, um contrato extremamente lesivo aos interesses de Goiás – pelo qual a Celg passou a comprar energia elétrica a preços até três maiores que os de mercado.
Esse contrato é a verdadeira razão pela qual a venda da usina de Cachoeira Dourada comprometeu, irreversivelmente, o futuro da Celg, naquele instante, ferindo os interesses de Goiás e onerando duplamente os goianos, ao prejudicá-los como contribuintes e como consumidores. Os prejuízos da Celg decorrentes desse contrato ultrapassaram os bilhões de reais, induzindo o crescimento explosivo da dívida da empresa e finalmente tornando-se financeiramente inviável.