quinta-feira , 18 julho 2024
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Mais uma do Jornal Opção: “Nenhuma campanha vitoriosa teve marqueteiros como centro do debate político”

Veja trecho do editorial do Jornal Opção:

Finalmente, mais alguns comentários sobre Duda Men­donça. Nenhuma campanha vitoriosa teve marqueteiros como centro do debate político. O marqueteiro, portanto, pode ser importante, uma estrela, mas não pode ser maior do que o candidato. Senão, teríamos de repetir o que o escritor e jornalista Otto Lara Resende disse a respeito do embaixador norte-americano no Brasil, em 1964: “Basta de intermediários, Lincoln Gor­don para presidente”. No caso, diríamos: “Basta de intermediários, Duda Mendonça para governador”. Blague à parte, o eleitor tem de ser convencido de que Friboi é mesmo “dono” — e não um bo­neco de ventríloquo — das ideias que está e estará expondo. Um repórter do Jornal Opção, que o ouviu na semana passada, afirma que o empresário está falando de maneira mais incisiva e que parece mais atento às coisas de Goiás.

Na semana passada, se se observar bem, Duda Mendonça pontificou, nos jornais, mais como político do que como marqueteiro. Homem inteligente, hábil conhecedor da natureza humana — espécie de psicanalista da política —, Duda Mendonça sabe que, em termos políticos, não se fala tudo. Se diz o que é conveniente e útil. O publicitário frisou que, no segundo turno, qualquer candidato ganha do governador Mar­coni Perillo (PSDB). É uma frase excelente e, se os editores quiserem, rende um título perfeito para os jornais. Mas trata-se de “informação” e de uma verdade incontestável?

Duda sabe que sua “boutade” é produto de sua expertise habitual. Mas, como não tem bola de cristal — nós, igualmente, não temos, nem queremos ter (a vida seria uma chatice medonha se fosse previsível) —, não tem como convencer nenhum indivíduo saudável de que Marconi, se for para o segundo turno, não poderá derrotar seu adversário. Por que não?
O fato de ter ido para o segundo turno, sobretudo se for como primeiro colocado, dirá muito sobre a força política do gestor tucano. Digamos que Marconi chegue ao segundo turno com uma frente de 10%, um número considerável num processo acirrado, o que acontecerá? Dificilmente, mas dificilmente mesmo, será derrotado. Para chegar com chances similares às do governador, seu opositor tem de estar colado no segundo turno, com uma diferença de no máximo 3% a 5%. Se Marconi deslanchar, não será fácil segurá-lo.

Os candidatos de oposição podem se unir no segundo turno contra Marconi e isto será decisivo? É a visão tradicional. Uma interpretação mais fiel à realidade sugere que, se apoiar Friboi ou Gomide no segundo turno, Vanderlan não levará os votos de “seus” eleitores. Parte pode segui-lo, mas outra parte pode apoiar Marconi. O mesmo acontecerá com os outros nomes. O voto do eleitor não tem dono. No segundo turno, os eleitores dos candidatos derrotados ganham alforria e não raro votam em quem eles querem e muitas vezes escolhem aquele candidato que contraria o seu escolhido anterior. Portanto, o que disse Duda Men­donça deve ser visto no campo da opinião — não da constatação. Ele está menos interpretando a política de Goiás, que conhece pouco, e mais tentando interferir no debate. De maneira esperta, diga-se.

Na verdade, para derrotar Marconi, as oposições terão de decifrá-lo e, neste processo, terão de apresentar uma agenda positiva que supere a do tucano. Enquanto persistirem tentando entender Marconi com interpretações rasteiras, sem capturar a fundo o que ele de fato é — um populista de matiz modernizador, o que torna um ser estranho (e eventualmente refratário) à análise, e um indivíduo extremamente sagaz, até camaleônico, que muda com rapidez, desconcertando adversários e, até, aliados —, vão continuar perdendo.

Marconi é derrotável? É. Mas não por qualquer um. Duda Mendonça sabe disso, mas não vai dizê-lo.

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