Em depoimento à Comissão Especial de Inquérito da Câmara Municipal de Catalão que (CEI) que investiga possíveis irregularidades nas aplicações dos fundos de pensão do Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores de Catalão (Ipasc), o ex-prefeito Velomar Rios confessou ter tido conhecimento das aplicações irregulares em fundos de pensão operados pela quadrilha desbaratada na Operação Miqueias, da Polícia Federal.
Nos últimos dias de mandato de Velomar Rios, em dezembro de 2012, o então gestor do Ipasc, Cristiano Sá Freire Lefevre, transferiu mais de R$ 11 milhões do Banco do Brasil para fundos podres, que imediatamente apresentaram desvalorização.
Textualmente, disse Velomar: “O Cristiano me colocou a par do que estava sendo feito. Existe, no IPASC, uma política de investimento financeiro que passa pelo conselho, e o mesmo aprova. Em relação à migração para outros fundos, eu sabia, mas os detalhes técnicos nunca me foram passados, até porque não me competia.”
O ex-prefeito também admitiu conhecer a “pastinha” Fernanda Cardoso, que se hospedava no melhor hotel de Catalão por conta do Ipasc. “Conheci muito a Fernanda aqui em Catalão e torço para que as acusações contra ela sejam infundadas,” afirmou o ex-prefeito.
O presidente da CEI, vereador João Antônio, disse, após o depoimento, que ficou estarrecido com as declarações de Velomar: “A nomeação do ex-superintendente, Cristiano Lefevre, para o IPASC, considerado pela Polícia Federal como membro da quadrilha, foi de responsabilidade do ex-prefeito Velomar Rios. Por isso, optamos por ouvi-lo. Agora, está claro que toda a administração tinha conhecimento do que era feito. O conselho do IPASC, na época, autorizou as aplicações e o ex-prefeito afirmou hoje que sabia das aplicações”.