Em quase dois anos como prefeito, Paulo Garcia (PT) adotou um comportamento padrão diante dos problemas de Goiânia: a omissão.
Paulo é omisso diante dos extensos congestionamentos de trânsito, que revelam uma cidade enfartada. É omisso frente aos casos de corrupção na Comurg, seja em episódios de agiotagem, seja fraude em licitação, seja pagamento de supersalários. É omisso no que diz respeito à permanência de secretários ficha-suja na sua administração. E por aí vai.
Já não é possível dizer se o silêncio do prefeito é estratégia política ou covardia, pura e simples.
Fato é que Paulo Garcia mais uma vez dá de ombros quando a cidade precisa dele. Na manhã desta segunda-feira, usuários do transporte coletivo paralisaram o terminal da Praça da Bíblia em mais uma sinalização de que a Capital, em muito pouco tempo, vai parar.
Enquanto os ânimos de acirram, Paulo finge que a batata quente não está em suas mãos. Enclausura-se no seu mundo fantástico de fotos montadas no Twitter, em que tenta passar a impressão de que tudo vai muitíssimo bem.
A cidade que o prefeito pensa existir é tão fantasiosa quanto as que ilustram Cidades Invisíveis, obra prima de Ítalo Calvino.
De real, nisso tudo, é a bomba que está por explodir. E que o prefeito assiste impunemente na esperança de que os estilhaços atinjam não só ele e a população, como também os seus adversários do governo do Estado.
É isso que, decerto, ele chama de sustentabilidade.