segunda-feira , 23 dezembro 2024
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Em artigo, Pablo Kossa diz que produção local para show do Elton John foi “lamentável”

Veja artigo de Pablo Kossa publicado no site A Redação:

Show de incompetência

Produção local de Elton John foi lastimável

Goiânia – Passada a euforia de ver um grande astro da música mundial em Goiânia, vamos à realidade dos fatos: a produção do show do Elton John foi lamentável. Eles se esforçaram para manchar o que foi uma grande noite em nossa cidade. Só não conseguiram pois, em cima do palco, não teve para ninguém e Elton John foi arrebatador. Só que sua performance competente não esconde a real de que foi de um amadorismo constrangedor o trabalho feito pela produção local.

O primeiro erro foi de planejamento. Superestimaram o potencial de público do cantor britânico e pensaram que o Serra Dourada seria o palco apropriado para Elton John. Não era. Nunca foi. A readequação do evento para o Goiânia Arena foi uma clara tentativa de minimizar o prejuízo iminente e a vergonha de colocar o cantor para se apresentar com um monte de lugares vagos.

Outro erro de planejamento foi a percepção exagerada da capacidade (ou vontade) do público de arcar com os valores propostos para os ingressos. Circulam informações de bastidor que sete dias antes da apresentação, apenas duas mil entradas haviam sido comercializadas. Essa contabilidade teria levado à atitude desesperada de colocar os ingressos em sites de compra coletiva. Somente após a venda das entradas nesses locais é que a procura engrenou.

A tentativa de minimizar o prejuízo e a vergonha acabou passando da conta. Tal qual aplicar o medicamente que o enfermo necessita em excesso e matá-lo com uma superdosagem. A lotação excessiva das arquibancadas evidencia que foram vendidas (ou distribuídas, vai saber) entradas além da capacidade do local. Além do desconforto, a coisa ficou perigosa. Tanto que liberaram para que o público sentasse ao lado e nas costas do palco.

Foi nesse local que tive que ficar, mesmo pagando o preço do ingresso normal e inteira, pois não tenho carteira de estudante falsificada como muita gente que conheço. Para mim foi até interessante ver o show meio que de bastidor, pois observei o trabalho de produção de palco, as trocas de instrumentos, o posicionamento da iluminação… Mas isso é diversão para quem é doente da cabeça como eu. Os comentários que eu ouvia do público ao meu redor não eram nada positivos.

Outro sinal de desrespeito ao público que comprou ingresso foi a liberação da pista por conta da superlotação da arquibancada. Quem pagou mais caro pelo ingresso de pista tinha o direito de ver o show com mais conforto e não com gente saindo pelo ladrão. Mais uma das infindáveis mancadas da produção.

A conclusão que tenho é que Cumpádi Washington é quem sabe das coisas. Ele acertou na mosca ao professar ao mundo que “pau que nasce torto nunca se endireita”. O erro original de marcar o show para um local que não era apropriado desencadeou outros vacilos que por pouco não colocaram tudo a perder.

Nossa sorte é que Elton John deixou todos esses graves problemas com dimensão menor graças ao seu talento gigante, repertório muito bem escolhido, execuções competentes e carisma de sobra. Por pouco, a produção local não jogou tudo isso no lixo com um trabalho que precisa ser melhorado para outros eventos.

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