Uma reportagem despretensiosa do DM, publicada recentemente, rendeu alguns artigos de defensores de Antônio Gomide tentando amenizar a crise do transporte em Anápolis. O texto do DM que procurava defender uma estação ferroviária de 80 anos trouxe à tona uma das histórias mais cabulosas de Anápolis: a licitação do transporte coletivo, esbarrada na Justiça desde fevereiro do ano passado, pode estar prestes a contemplar interesses do grupo político ligado ao prefeito Antônio Gomide.
Não é novidade para ninguém que o PT gosta de transporte público. Aliás, gosta de desvio de dinheiro na área também. Ontem, o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) informou que deve avaliar possível superpreço em licitações de ônibus para a Copa do Mundo. O TCDF informou que o valor da licitação proposta pelo governador Agnelo Queiroz (PT) é 170 % maior do que a um contrato similar realizado em Curitiba. Outros casos em que o PT supostamente tentou desviar dinheiro do transporte é o caso Celso Daniel, em São Bernardo do Campo, que terminou com morte. Em Goiás, o Ministério Público de Goiás investiga outras empresas de transporte que prestam serviços para prefeituras ligadas ao partido.
Em off, sem se revelar, um dos interessados na licitação confirma a ponta de um iceberg que está prestes a estourar na cidade. Em Anápolis, a licitação está na Justiça sob suspeita de direcionamento para uma empresa que atende o Distrito Federal – governado pelo PT. Nos autos do processo da licitação, uma das empresas concorrentes (a TCA, que atua em Anápolis desde 1963) alega que a outorga (recursos que serão repassados para a prefeitura) pode chegar a R$ 27 milhões – o que seria inexequível. A proposta inexequível, que é impossível de ser praticada, teria origem na São José – a outra empresa que compete com a TCA.
A TCA é uma empresa anterior à gestão petista e não traria ‘benefícios’ aos gestores da Prefeitura, dizem algumas das pessoas ligadas à defesa da empresa. Daí a necessidade de ‘mudança’ de fornecedor de serviços.
O TJ-GO agora decide o que fazer com a licitação, que está parada.
Trecho da reportagem do DM: “Conforme o defensor da TCA, Fernando Costa, a empresa teria apresentado uma proposta inexequível – ou seja, impossível de ser cumprida. A concorrente teria apresentado um maior valor de outorga do que a proposta da TCA. “Ela lançou R$ 27 milhões. E nós achamos que é inexequível, pois não existe faturamento para pagar isso, com a passagem de ônibus, de R$ 2,30 a R$ 2,30… E tal montante tem que sair da própria receita do contrato. É inexequível”.