Editorial publicado no site Portal 730 dá uma verdadeira paulada nas pretensões da oposição em Goiás. Texto não perdoa o amadorismo do grupo em montar a caravana para percorrer o Estado.
Veja o texto:
Desunida e trapalhona, oposição começa caravana fiscalizando obras de seus próprios prefeitos
O bloco de oposição na Assembleia Legislativa começou o ano prometendo barulho. Os ruídos aumentaram após a entrada de alguns e a adesão de outros sobre os quais recaía a esperança da turma do contra.
No lugar do governista Evandro Magal, novo prefeito de Caldas Novas, entrou Ney Nogueira, unha e esmalte com o ex-governador Alcides Rodrigues.
Como deputado, Misael Oliveira não fazia oposição. Ao sair para a prefeitura de Senador Canedo, Misael foi substituído por Simeyzon Silveira, irmão de igreja e de intenções de Vanderlan Cardoso, tido como pré-candidato a governador.
Uma dupla com a qual o governo contava no Parlamento, Júnio Araújo e Isaura Lemos, tomou o rumo da oposição.
Somados os petistas, os do PMDB e Francisco Gedda, mais os novos, imaginou-se que o governador Marconi Perillo teria trabalho. Seriam 16, número suficiente para pedir abertura de CPI, por exemplo.
O fiasco foi completo desde o início. Nas CPIs, então, o fracasso começou em 16, passou para 14, daí a 12. Poucos dias depois, eles se resumiam a seis. E começou a caça aos bruxos. Mauro Rubem, mais entusiasmado combatente anti-Marconi, disse na Rádio 730 que desconfiava de que algum colega tivesse se vendido. Outro oposicionista, Júnio Araújo, revelou que adesão de cada deputado custa 3 milhões de reais. Como não deram nome aos bois nem têm provas a apresentar, o barco da oposição ficou por isso mesmo, com a rachadura no casco. Nos quatro cascos de cada.
Agora, a meia dúzia de sobreviventes da oposição começa uma caravana pelo interior do Estado, depois de vistoriar escolas em Aparecida de Goiânia. Será uma novidade na ciência política e um trunfo de campanhas eleitorais se o ato de visitar escolas de um prefeito aliado passar a ser sinônimo de fazer oposição.
A oposição vai escolher entre os modelos de caravana. Um deles é a de Prestes, que percorreu o País, inclusive Goiás, saqueando fazendas. Outro é o cangaço, que estimulava estupros coletivos e têm o líder, Lampião, como queridinho de certa esquerda. Houve ainda a série de convescotes feitos por Lula na “Caravana da Cidadania”, antes de ser presidente. Mas o movimento goiano se parece mais com a “caravana Holiday”, do filme “Bye, Bye, Brazil”. Os trapalhões da vida real ficam longe do talento dos artistas dirigidos por Cacá Diegues. A semelhança é porque a caravana da oposição local é mesmo de rir, é mesmo uma piada.
Na teoria, são muitos partidos de oposição com deputados estaduais. Na prática, PT, PMDB, PSC, PCdoB, PRB, PTN e PP, somados, não enchem uma bicicleta cargueira. A guerra interna entre as siglas só não é maior que a guerra interna dentro das próprias siglas. A bancada do Partido Progressista tem dois integrantes e duas alas divergentes. No PSC, a mesma encrenca. Até no maior partido de oposição, o PMDB, existem defecções. No PT, então, só faltam socos e pontapés. O PT tem mais correntes que cantor de rap. Entre PT e PMDB não existe acordo, porque ambos se julgam no direito de lançar candidato na cabeça e ninguém quer ser o pescoço.
Enquanto seus adversários se unham mutuamente, Marconi Perillo está com chapa completa e desfazendo os desgastes. Faz obra para todo lado, inclusive com dinheiro federal, conseguido pelos opositores. Na ficção, a caravana Holiday é do “Bye, Bye, Brazil”. Na vida real de 2014, a caravana de oposição caminha para “bye, bye, volta ao governo”.