Através da jornalista e cientista política Fabiana Pulcineli, o jornal O Popular criou neste fim de semana uma nova abordagem para apresentar e analisar uma pesquisa eleitoral – no caso, a Serpes – aos seus eleitores.
Segundo o jornal, o governador Marconi Perillo, que é líder absoluto em todos os cenários (situação que foi antecipada pela pesquisa Grupom/Tribuna do Planalto), vai disputar as próximas eleições contra a “oposição”.
Pelo que se sabe, pelo menos de acordo com as regras da legislação eleitoral vigente até agora, Marconi e quaisquer outros candidatos a governador não vão disputar contra partidos nem aglomerados de partido, seja lá a denominação que tiverem, mas sim se lançarão em uma disputa entre nomes.
No final, o mais votado vence o primeiro turno. Se vai haver segundo turno ou não, aí são outros quinhentos.
Segundo O Popular, até em manchete, os índices do governador Marconi Perillo, na pesquisa Serpes, são superados pela “oposição”, quando o cenário inclui entre os candidatos oposicionistas o peemedebista Iris Rezende.
Ué, leitor… e daí? O fato determinante da pesquisa Serpes está longe de ter sido esse. O valor desse raciocínio é zero e só serve para minimizar o que realmente a pesquisa trouxe de novidade: a comprovação de que Marconi conseguiu reagir espetacularmente e assumir o 1º lugar contra quaisquer que sejam os candidatos.
Mais ainda: quando os cenários incluem Iris, o governador se aproxima da vantagem com a qual venceu o seu principal adversário em 2010, que foi de 10 pontos (hoje, Marconi já está com 7,9 pontos à frente de Iris).
Analisar a pesquisa Serpes resumidamente como um confronto entre Marconi e a oposição – e não entre Marconi e os nomes da oposição – só serve para avaliar as possibilidades de algo que todo mundo sabe que provavelmente vai acontecer, ou seja, a ocorrência do segundo turno, já que uma definição no primeiro turno, hoje, parece distante da realidade.
Mas uma pesquisa fala pelos números que apresenta (claro: quando o instituto tem credibilidade). Não adianta torcer nem fugir do foco.