Assim que lançou o seu nome para disputar com o bilionário Júnior Friboi a candidatura do PMDB ao Governo do Estado, Iris Rezende fez alguns discursos e deu uma série de entrevistas a inúmeros órgãos de imprensa.
O balanço desse conjunto de declarações do velho cacique peemedebista revela um homem com a cabeça no passado. Para Iris, a comunicação ainda é feita por cartas, para se chegar à Europa é preciso uma viagem de 30 dias e, em vez de agricultura, Goiás tem é “roça”.
Nada de redes sociais, tecnologia da informação ou mesmo um simples e reles computador – que, suspeita-se, Iris não sabe como operar.
Outra manifestação de que Iris continua vivendo em meados do século passado são as suas constantes referências ao “povo” como um ente mítico e as afirmações supostamente bombásticas, dos velhos tempos do populismo e da demagogia, como a de que “o povo está desnorteado”, “o Estado acabou” ou “Goiás está dentro de um precipício”.
Não é aceitável, hoje, que alguém faça raciocínios sobre tendências da sociedade sem se escorar em pesquisas científicas.
Não há como também enfiar realidades complexas, como a de um Estado das dimensões territoriais e humanas de Goiás, em camisas de força simplificadas, tipo “Goiás acabou”.
Mas esse é o mundo de Iris, que já ultrapassou os 80 anos e disputa eleições sem parar há mais de 55 anos, tendo, nessa trajetória, se transformado em um homem riquíssimo, mas que, podendo tudo, nada fez em termos de evolução pessoal – por exemplo, são raras as suas viagens a outros Estados e menos ainda ao exterior.
Iris parou no tempo. Basta ler as suas entrevistas e ouvir as suas falas e discursos.