O jornalista Afonso Lopes analisou em seu blog a candidatura do empresário socialista Vanderlan Cardoso.
A constatação de Afonso não é nada animadora para Vanderlan.
Leia a análise:
A candidatura que está virando suco
O ex-prefeito de Senador Canedo e candidato derrotado ao governo do estado em 2010, Vanderlan Cardoso ainda se mantém disposto a enfrentar as urnas novamente este ano. Mas seu nome está gradativamente sumindo do noticiário político. Claro que isso também é provocado pela disputa interna no PMDB e pelo ousado lance do PT de lançar nome próprio. Também, mas não é só por isso.
Vanderlan em 2010 era o candidato oficial do Palácio das Esmeraldas, e foi para a campanha com uma boa aliança partidária. Desta vez, está sozinho. Literalmente. Fora seu PSB, que ainda tem setores favoráveis à candidatura de Jr Friboi, Vanderlan não consegue avançar. Não tem chapa consistente nem para deputado federal e nem para deputado estadual. Candidato a vice? Necas. Ao Senado? Nem pensar.
Se não encontrar uma saída para essa sinuca do crescimento e ainda assim mantiver a candidatura ao governo vai pilotar como candidato nanico. Diante disso, é possível que algumas conspirações retornem ao tabuleiro político estadual.
Vanderlan, ao menos aparentemente, não tem espaço para crescer entre gigantes como o PT de Antônio Gomide, que agrega alguns partidos ditos à esquerda e frequentadores da aliança governista federal, e o PMDB, que balança entre a grana preta anunciada de Jr Friboi e o apelo emocional de Iris Rezende. A esperança dele era faturar a partir de recall das eleições de 2010 e assim abrir caminho para avançar. Só funcionou a primeira parte do plano.
Hoje, a candidatura de Vanderlan é uma grande micada. Pode até ser que ele consiga herdar alguma coisa magoada nas disputas dos demais oposicionistas, mas ainda assim será muito pouco. Sem tempo para a campanha eletrônica, no rádio e na TV, sem chapa de deputados federais e deputados estaduais, sem candidato a vice-governador e sem candidato ao Senado, pode não restar alternativa se não a mesa de negociações.
E para onde ele iria com seu pequeno exército? Teoricamente, para uma das candidaturas oposicionistas. O PT não tem chances em função da disputa presidencial (com Dilma Roussef e Eduardo Campos, presidente do PSB). Restaria, então, PMDB e PSDB.
PSDB? Mas o partido não tem o mesmo problema nacional do PT, com a candidatura de Aécio Neves? Tem e não tem. Em todo o Brasil, e a partir de ambos, Aécio e Eduardo, PSDB e PSB andaram fechando vários acordos. Um estado a mais ou a menos…
O PMDB também poderá trabalhar para conquistar Vanderlan caso ele entenda que sua candidatura não irá tão longe quanto ele esperava. Principalmente porque, conforme alguns de seus poucos aliados, o empresário de Senador Canedo estaria de olho na Prefeitura de Goiânia. Se PT e PMDB caminharem separados agora em 2014, o trunfo peemedebista seria a possibilidade de apoio a Vanderlan em 2016, na sucessão do prefeito Paulo Garcia. Mas ele acreditaria numa promessa política futura sem papel passado principalmente depois de ter frequentado o PMDB e sair do partido reclamando barbaridade de suas lideranças?
Em resumo, com a sua candidatura virando cada vez mais um suco amargo, Vanderlan ainda tem chances de adoçar a limonada.