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Brasil 247: denúncia mostra que Gomide transitava com facilidade no grupo de Cachoeira

Os fantasmas de Antônio Gomide (PT) começam a aparecer. Veja matéria do site nacional Brasil 247:

MP e TJ citam petista em ação contra Demóstenes

247 – Não apenas o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), será atormentado pelo fantasma de Carlinhos Cachoeira nas eleições estaduais. O petista Antônio Gomide, ex-prefeito de Anápolis e pré-candidato do PT ao governo do Estado, já começou a ser assombrado. Na representação em que pediu (e que o Tribunal de Justiça de Goiás acatou) abertura de ação contra Demostenes Torres, Claudio Abreu (Delta) e o próprio Carlinhos Cachoeira, o Ministério Público exemplifica a ação do ex-senador em benefício do bando justamente com diálogos onde são feitas propostas nada republicanas ao então prefeito de Anápolis.

Como se não fosse suficiente, assim que a Câmara Federal suspendeu  o mandato do deputado federal Carlos Leréia (PSDB), por ter se declarado amigo do contraventor, começou a pipocar de novo nas redes sociais o vídeo em que o também deputado federal Rubens Otoni (PT), irmão de Gomide, aparece negociando doação de R$ 100 mil para sua campanha com Cachoeira; os dois sentados num sofá. Cachoeira, inclusive, diz na gravação que já havia doado R$ 100 mil para o irmão de Gomide.

O vídeo explodiu na época da deflagração da Operação Monte Carlo, em 2012. O ex-prefeito de Anápolis não aparece em vídeos com Cachoeira, porém é citado nas gravações (veja abaixo) da Operação e teve contato com o então senador Demóstenes Torres, que atuava sob as ordens de Cachoeira e seu grupo.

Gomide aparece na denúncia formulada contra Demóstenes pelo MP, aceita pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Trechos de diálogos entre Cachoeira e Demóstenes, descrevendo a conversa do ex-senador com Gomide, estão no relatório do desembargador Leandro Crispim. Atendendo aos interesses de Carlinhos Cachoeira e Cláudio Abreu, então diretor regional da Delta Construtora, Demóstenes se reuniu com Gomide, em julho de 2011, para tratar da negociação de um crédito no valor de R$ 20 milhões da Construtora Queiroz Galvão, cujo devedor era o município de Anápolis. O contrato era referente a coleta de lixo urbano, que também era área de atuação da Delta, empresa integrante do esquema Cachoeira, conforme demonstrou o inquérito da Operação Monte Carlo.

O texto do processo reforça que a missão de Demóstenes, dada por Cachoeira, era fazer com que Gomide efetuasse o pagamento do crédito e para isso empreendesse tratativas com o prefeito. E assim o ex-senador o fez, tendo um encontro com Gomide em Goiânia, de acordo com o processo judicial. Em gravação do dia 9 de julho de 2011, conforme está nos autos, Demóstenes revela a Cachoeira que já se encontrou com Gomide e o petista concordou em pagar crédito 50% à vista e jogar o restante em precatórios.

Dois dias depois, Cláudio Abreu liga para Cachoeira para informar que também falou com Gomide e negociou a operação, que acabou não se concretizando. Abreu relata ao contraventor: “aí eu fiz a proposta a ele, se ele pagar em duas, ele leva uma e se ele pagar em quatro, ele leva quatro de quinhentos…”.

As gravações também revelam que Gomide tinha a intenção de fazer um parque ecológico em Anápolis e, no encontro com o Demóstenes, teria pedido que o ex-senador providenciasse o dinheiro em Brasília. Demóstenes afirmou que poderia conseguir a verba desde que o grupo de Cachoeira e Cláudio Abreu fosse o responsável pelas obras.

Em outro trecho, Demóstenes diz a Cachoeira que Gomide topou a condição para a construção do parque e passa a bola para o contraventor: “Aí você vê se vale a pena ou não…”.

Delta

Em reportagem de setembro de 2012, o Goiás247 revelou com exclusividade os valores dos contratos da Delta, apontada como braço financeiro do esquema Cachoeira, e prefeituras goianas. Anápolis só perdia para Goiânia. Entre 2010 e 2012, Gomide firmou contratos que somavam R$ 105 milhões.

A CPI do Cachoeira na Assembleia Legislativa, em 2012, pediu a quebra do sigilo dos prefeitos que negociaram com a Delta e detalhes dos contratos firmados. No entanto, PT e PMDB entraram na Justiça, e uma liminar impediu que a CPI avançasse e as quebras de sigilos foram negadas.

Sombras

Com as sombras do escândalo Cachoeira rondando, Gomide e seu irmão Rubens Otoni ainda seguem sozinhos no projeto governista. O rompimento com o PMDB deixou o PT goiano isolado e até agora Gomide não conseguiu fisgar nenhum apoio de peso para sua candidatura. Os petistas mais otimistas falam na chegada do PDT, que está bem próximo a base governista de Marconi Perillo.

 

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