O relatório sobre a dívida de R$ 1,3 bilhão – que pode chegar a R$ 2 bilhões com a inclusão dos débitos do frigorífico Bertin – que o Grupo JBS-Friboi tem com o Estado de Estado, por conta de ICMS sonegado em operações de venda de carne ao exterior, pode ter chegado ao jornal O Popular por dois caminhos: um, o ex-secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, que já teve acesso aos processos; outro, o grupo de Iris Rezende, ressentido com Júnior Friboi depois da derrota assumida pelo velho cacique peemedebista na disputa interna pela pré-candidatura a governador.
Dois caminhos que, no fim de tudo, se fundem em um só. Senão vejamos:
Braga já foi secretário da Fazenda e conhece em detalhes a situação fiscal do JBS-Friboi. Mais: ele ainda mantém contatos na Sefaz, tanto que Vanderlan Cardoso tem dito em suas entrevistas que o seu plano de Governo está sendo elaborado por técnicos do Estado, “a maioria da Secretaria da Fazenda”, segundo suas próprias palavras. Se isso for verdade, significa que Braga – maior cabo eleitoral do milionário de Senador Canedo – foi quem atraiu esses “técnicos da Secretaria da Fazenda” para a órbita de Vanderlan.
Mas, daí a parar na mão dos iristas, que vinham anunciando denúncias contra Júnior Friboi, que caminho teria sido percorrido pelo relatório? Simples: também pelas mãos de Jorcelino Braga. Assim, seria atendida a vontade de vingança dos aliados de Iris e, ao mesmo tempo, imposto um pesado golpe ao bilionário, impedindo que ele ganhe na bandeja os votos liberados pela renúncia do líder peemedebista – a herança poderia ser compartilhada com Vanderlan Cardoso, que subiria nas pesquisas no momento em que todas as expectativas são de uma queda acentuada devido à fraqueza política e partidária da candidatura.