Veja trecho de matéria em que o jornalista Eduardo Sartorato, da Tribuna do Planalto, analisa a candidatura de Antônio Gome:
Influência negativa
A pré-candidatura de Antônio Gomide (PT) é a materialização dos erros políticos que Friboi cometeu desde que se lançou pré-candidato ao governo. Desde o início, o empresário não teve um discurso agregador para com o principal aliado do PMDB. E pior: teceu palavras de indiferença ao aliado e ameaças de não apoiar a provável candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Falou que o PT poderia ser substituído pelo DEM na chapa, algo que soou como heresia no quartel general petista.
Toda essa ação afastou o PT de Friboi e o motivou para lançar candidato próprio ao governo. Desde que Antônio Gomide foi referendado como o nome petista para outubro, porém, havia a sombra de que uma candidatura de Iris Rezende poderia abortar o seu projeto. Agora, com a definição de que Friboi deverá mesmo ser o candidato peemedebista, Gomide também deverá ser homologado.
Diferentemente de Friboi, as dificuldades de Gomide não são internas. Apesar de o PT ainda não ter se empolgado com o seu pré-candidato, os seus militantes são historicamente muito disciplinados e engajados nos projetos do partido. É questão de tempo para que, pelo menos, a grande maioria da agremiação esteja trabalhando em prol da candidatura do ex-prefeito de Anápolis.
A grande ‘pedra no sapato’ de Antônio Gomide é, por ironia, a administração do prefeito Paulo Garcia (PT) em Goiânia. A ironia vem da briga pública que Gomide e Paulo protagonizaram no início do ano. Desde então, ambos não se bicam. As dificuldades administrativas de Garcia, no entanto, têm trazido sérios problemas para que Gomide seja aceito na Região Metropolitana de Goiânia, a mais densamente povoada do Estado.
Aliados de Gomide, nos bastidores, admitem que a baixa aprovação de Paulo Garcia em Goiânia tem sido problemática. De maneira geral, quando o goianiense se depara com o anapolino, logo o relaciona com a administração de Garcia e passa a rejeitá-lo. Gomide teria mais facilidade para ser aceito na capital como candidato a Senado, por exemplo, na chapa de Iris. O ex-governador deixou a prefeitura de Goiânia em 2010 com grande aprovação e seria um antídoto, até certo ponto, aos problemas da administração atual. Sozinho, porém, Gomide vai ter que torcer para que Paulo melhore seus índices para não correr o risco de ver a capital como uma fortaleza impenetrável.