terça-feira , 5 novembro 2024
Goiás

Em entrevista ao Diário da Manhã, presidente do PMDB de Goiânia diz que “sem Iris, o partido pode acabar”

Em POLÍTICA, DIÁRIO DA MANHÃ informa que o vereador e presidente do diretório de Goiânia do PMDB, Mizair Lemes Jr, em entrevista ao Diário da Manhã, se mostrou preocupado com a renúncia de Iris Rezende, na última terça-feira, da pré-candidatura ao governo estadual. “O Iris, com toda sua história no PMDB, e toda a sua história na política, não pode ficar de fora do processo eleitoral. Ele tem a raiz peemedebista, ele tem a identidade dos eleitores que têm simpatia pelo partido”, disse. “Sem Iris, PMDB pode acabar.”

“Sem Iris, PMDB pode acabar”

Diário da Manhã
Carlos Freitas
O vereador e presidente do diretório de Goiânia do PMDB, Mizair Lemes Jr, em entrevista ao Diário da Manhã, se mostrou preocupado com a renúncia de Iris Rezende, na última terça-feira, da pré-candidatura ao governo estadual. “O Iris, com toda sua história no PMDB, e toda a sua história na política, não pode ficar de fora do processo eleitoral. Ele tem a raiz peemedebista, ele tem a identidade dos eleitores que têm simpatia pelo partido”, disse.

Mizair afirmou que respeita muito a decisão de Iris, mas que acredita que o ex-governador saiba da sua importância para o partido sair vitorioso nas eleições de outubro. “Nós estamos sujeitos a entregar mais quatro anos ao atual governo. Eles têm a oportunidade nas mãos deles, tendo em vista que o maior líder político de Goiás está fora do processo eleitoral”, afirma.

O presidente do PMDB Goiânia confirma que há dois grupos no partido, mas acredita que isso pode ser contornado até junho, quando devem acontecer a convenção do partido. “O caminho é tentar juntar os cacos, e diminuir estas disputas que estão acontecendo há algum tempo. Então nós vamos juntar os companheiros e fortalecer o partido, para que tenhamos um candidato competitivo e que tenha condições de enfrentar uma eleição a governador, e que seja eleito”, salientou. Leia entrevista completa:

Diário da Manhã – Como viu a desistência do Iris Rezende à pré-candidatura ao governo do Estado?

Mizair Lemes Jr. – A gente fica muito preocupado. O Iris, com toda sua história no PMDB, e toda a sua história na política, não pode ficar de fora do processo eleitoral. Ele tem a raiz peemedebista, ele tem a identidade dos eleitores que têm simpatia pelo partido. Então, inicialmente nós ficamos preocupados dele ficar de fora do processo eleitoral, porque querendo ou não, ele tem uma parcela enorme dos votos do nosso Estado. Mesmo sem ter se manifestado, ele já tinha ótimos números nas pesquisas eleitorais. Quando ele avisou que desistiria, pelo porte dele e pela sua história, o Iris não pode ficar de fora do processo eleitoral deste ano. Nós esperamos uma acompanhamento de perto dele. Se ele não for candidato, nós temos que respeitar. Nós não podemos forçar nem exigir nada que ele não tenha vontade de fazer. Eu sempre deixei bem claro o meu posicionamento, que foi por Iris. A partir do momento que ele renunciou e abriu mão da candidatura, nós não podemos deixar o PMDB se desintegrar. Nós temos que buscar todos os companheiros, já que o partido é muito maior do que qualquer preferência pessoal nossa. Então se o partido definir o nome sendo o do Júnior ou de outro candidato, o partido deve se unir para que tenhamos um partido forte e que possa ganhar as eleições.

DM – Qual o reflexo da saída de Iris Rezende dentro do PMDB?

Mizair Lemes Jr. – O reflexo é muito preocupante. É uma bomba que estourou. Primeiro é preciso deixar a poeira baixar dentro do partido para que os companheiros entendam a importância de Iris dentro do PMDB. Os nossos deputados, prefeitos e vereadores precisam entender o quanto a liderança do Iris é importante no cenário eleitoral. Ele não pode ficar de fora de forma alguma. Sem o Iris, o PMDB pode acabar. Mesmo que ele não queira disputar a majoritária, de alguma maneira ele tem que estar na chapa.

DM – Você acha que isso ainda é possível?

Mizair Lemes Jr. – Eu acho que ninguém força ninguém a fazer nada. Vai do entendimento de cada um. Nós temos que mostrar aos nossos companheiros a importância dele estar no processo eleitoral. Essa decisão dele é muito pessoal. Eu, particularmente, não queria de jeito nenhum que ele renunciasse. O grupo ‘Pró Iris’ também tentou até o último minuto, quando ele nos comunicou, e falamos que talvez ele estaria se precipitando tirando a pré-candidatura naquele momento, por ele ser um nome forte. Mas ele tem toda a experiência e sabedoria, então nós não podemos exigir nada dele. Nós temos que respeitar a sua decisão e a sua postura. Mas nós não podemos tampar o sol com a peneira e reconhecer a importância dele em todo o processo.

Eu estive com ele durante todo o processo da pré-candidatura, me posicionei, e ele pediu para que nós o entendêssemos, e assim está sendo feito. É claro que nós ficamos chateados, mas nós não podemos jogar o partido a uma composição que possa desconfigurar o quadro eleitoral. Nós não podemos dividir mais, porque, hoje, o PMDB está fragmentado. Com essa saída do Iris, com o Júnior… é natural que existam algumas divisões. Nós não podemos esquecer isso. Mas não podemos esquecer também que o principal é o PMDB. O principal é o PMDB retomar o poder no Estado. Nós entendemos que o Iris é fundamental no processo eleitoral, e que sem ele é muito difícil uma disputa da campanha, tendo em vista que o governador tem o desgaste pessoal dele, tem o Vanderlan que não conseguiu progredir nestes quatro anos, é estável e não vem crescendo, e temos o Antônio Gomide, que tem o desgaste do governo nacional do PT. Nós entendemos que Iris seria o melhor, mas ele entendeu que não devia continuar colocando o nome para dividir o partido. Se o PMDB entendia que ele deveria ser o candidato, deveria ter colocado isso para ele. Mas a executiva e a maioria dos deputados federais e estaduais colocaram que ele estaria atrapalhando o partido. Eles têm que entender que o Iris não traz dificuldades para o partido, traz soluções.

DM – Algumas lideranças do partido ficaram muito decepcionadas com a desistência de Iris Rezende. Como o PMDB pode se organizar?

Mizair Lemes Jr. – O Iris não participando do processo eleitoral, ele deixa muitos órfãos no partido. Tem muita gente que esteve com ele, que o acompanhou em todos estes anos, então ele deixa muita gente sem direção. Agora, não importa o que aconteça, Iris tem que participar do processo eleitoral em 2014. Eu tenho certeza que com todo amor que ele tem pelo PMDB, ele não deixará o partido acabar. Ele me disse por esses dias: ‘Eu gosto mais do PMDB do que de mim. Às vezes eu me sacrifico mais ao PMDB do que pelas minhas coisas’. Que ele demonstre mais uma vez o amor que ele tem pelo partido, para não deixar o partido se acabar no processo eleitoral. Sem ele o partido terá grandes dificuldades. Eu sempre defendi a candidatura de Iris, mas a partir do momento que ele tem uma questão pessoal dele, onde ele entende que não deve sair candidato, nós temos que respeitar, mas exigir que ele venha com o partido, que some, para que o partido venha sem dificuldades. Nós temos que respeitar. Mas muita gente ficou descontente. Como foi falado, muitos prefeitos, vereadores ficaram tristes. Mas precisamos de Iris como o nosso grande maestro.

DM – Se acontecesse a convenção do partido, você acha que o Iris venceria?

Mizair Lemes Jr. – Se acontecesse, seria difícil a gente imaginar um resultado, até porque não sabemos como ela seria feita. Poderia ter voto de prefeitos, vereadores, ou se resguardar em cima dos 71 delegados do partido. Dentro destes 71 votos, ele tem contato próximo com mais da metade deles. O Júnior, por ser recente no partido, não tem, talvez, essa proximidade e facilidade de convencimento que o Iris teria. Então eu vejo que o Iris teria vantagens enormes numa eventual convenção, até porque foi ele quem construiu o partido, e conhece estes delegados um por um, já que muitos têm as suas histórias ligadas ao Iris. Mas o Iris preferiu não dividir o partido ainda mais. Mas como disse, a carta dele é uma bomba. Nós estamos sujeitos a entregar mais quatro anos ao atual governo. Eles têm a oportunidade nas mãos deles, tendo em vista que o maior líder político de Goiás está fora do processo eleitoral. O PMDB talvez estaria errando mais uma vez. Mas pelo o que conheço de Iris, ele não vai abandonar o PMDB neste momento.

DM – Como presidente do PMDB metropolitano, como acredita que serão as eleições?

Mizair Lemes Jr. – Nesse momento os ânimos estão muito acirrados dentro do partido. Os dois grupos ainda têm divergências. Na minha visão como presidente do PMDB Goiânia, o partido é soberano a qualquer apoio pessoal. Está muito recente esta carta do Iris. Eu acho que o caminho não é começar a apoiar qualquer outro pré-candidato. O caminho é tentar juntar os cacos e diminuir estas disputas que estão acontecendo há algum tempo. Então nós vamos juntar os companheiros e fortalecer o partido, para que tenhamos um candidato competitivo e que tenha condições de enfrentar uma eleição a governador, e que seja eleito.

Os dois principais grupos políticos do Estado são o PMDB e o PSDB, que já tiveram embates históricos. Nós não podemos deixar que outras composições tirem o PMDB disso. Por isso temos que ter muita conversa para não deixarmos o PMDB se desfazer.

DM – Se a decisão de quem será o candidato ficar para junho, você acredita que estará muito perto das eleições em outubro?

Mizair Lemes Jr. – Não. O jogo só termina quando o juiz apita. Até junho tem muita coisa para acontecer. Tem muitas situações que acontecerão neste processo. Tem que ser escolhido o vice, o senador, os suplentes… então ainda muita coisa vai acontecer. Precisamos pedir para os nossos parceiros políticos que tenham muita sabedoria e tenham habilidade política, principalmente para que possamos construir essa chapa majoritária junto com os partidos de oposição. Requer muita cautela e muita paciência. Muitas decisões só serão tomadas após as resoluções internas dentro do PMDB. A partir do momento que o partido for resolvendo estas questões, conseguiremos mais composições e posicionamentos futuros.

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