Iris Rezende, a deputada federal dona Iris Araújo, sua mulher, e a filha Ana Paula, usando e abusando de uma linguagem destemperada e desrespeitosa para se referir aos desafetos, acabaram aprofundando ainda mais a crise interna que consome o PMDB goiano.
Em vez de agir politicamente e buscar uma reconciliação com o grupo peemedebista ligado ao bilionário Júnior Friboi, Iris e a sua família prosseguem distribuindo ataques, a exemplo de dona Iris, que, nesta quarta-feira, no seu perfil no Twitter, agrediu o deputado federal Pedro Chaves.
Iris, que não só aceitou Júnior Friboi no PMDB, mas estimulou a sua pretensão de ser candidato a governador, fez depois ataques tão graves a Friboi que o pai e a mãe do empresário decretaram a amizade com o velho cacique peemedebista rompida para sempre.
As acusações de que Júnior teria comprado de apoio, endossadas por Iris, irritaram a família Friboi, que sempre foi uma grande doadora das campanhas do PMDB em Goiás. Na última, em 2010, o Grupo JBS destinou R$ 3,5 milhões para a candidatura de Iris, conforme a prestação de contas entregue ao TRE.
A gota d’água, segundo o deputado Pedro Chaves, foi o discurso da primogênita do casal Iris-Iris, Ana Paula, usando um adjetivo pouco usual em política para se referir aos adversários do pai – “cambada”, que ninguém entendeu direito se foi dirigido ao Governo do Estado ou ao grupo de Júnior Friboi.
Júnior Friboi, em sua conversa com Iris, também reclamou formalmente das expressões pesadas que dona Iris estava usando contra ele e prometeu que, se o xingatório continuasse, daria o troco.
Agora, com o partido dividido entre Iris e friboizistas, a situação parece irreconciliável e mostra que o velho cacique peemedebista esqueceu o que aprendeu ao longo de décadas de raposice e matreirice política: em um embate, nunca se deve fechar todas as portas.