Já não cabem mais eufemismos para falar da crise financeira da prefeitura de Goiânia.
A prefeitura está mesmo é no buraco, como diz a manchete da edição de hoje do jornal O Popular.
O município enfrenta um déficit mensal de pouco mais de R$ 34 milhões, ou seja: gasta-se, todo mês, R$ 34 milhões a mais do que arrecada. Isto é reflexo de má gestão e de interferências políticas na gestão do dinheiro público, que acarretam a contratação excessiva de funcionários comissionados, despesas desnecessárias e corrupção (vários casos já foram descobertos, principalmente na Comurg).
As consequências da devassa patrocinada pelos governos do PT e do PMDB são conhecidas e amplamente divulgadas pela imprensa: corte no pagamento de benefícios aos servidores públicos, calote na data-base, obras entregues pela metade (como o túnel da Araguaia) ou atrasadas (como os viadutos da marginal Botafogo) e dívidas astronômicas com fornecedores, que resultam na suspensão de serviços.
Para superar a crise, o secretário de Finanças, Jeovalter Correia, diz que é preciso gastar apenas o que se arrecada.
Um gênio, não?
O problema é que, para se gastar apenas o que se arrecada, é preciso estancar lacunas por onde se desperdiça dinheiro e demitir comissionados, uma vez que a administração municipal continua a gastar com servidores mais do que é permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Trocando em miúdos: executou-se o diagnóstico, mas ninguém quer aplicar o remédio.
Assim fica difícil sair do buraco.