O leitor com boa memória haverá de se lembrar que o Ministério Público deflagrou, meses atrás, uma operação em conjunto com a Polícia Civil denominada Operação Jeitinho, destinada a investigar a cobrança de propina para liberação de licenças ambientais pela prefeitura de Goiânia.
O MP executou uma série de mandados, inclusive de condução coercitiva. Um deles foi cumprido na casa do vereador Paulo Borges (PMDB), gentilmente conduzido à força antes do sol nascer para prestar depoimento. Ele é investigado por participar do esquema.
Esse mesmo vereador saiu em defesa fervorosa do prefeito Paulo Garcia (PT), que está no fio da navalha e sob ameaça de impeachment.
Em artigo no Diário da Manhã desta terça-feira, Paulo (ou o jornalista que ele contratou para escreveu o texto) usou todos os bons adjetivos disponíveis na língua portuguesa para puxar saco do prefeito. A rasgação de seda foi desvairada, e há quem acredite que Paulo Borges está pagando a conta por ter sido salvo na CEI da Amma da ameaça de ser cassado.
Veja um dos parágrafos do artigo. É uma aula de puxa-saquismo:
Estão usando os institutos mais sagrados da democracia para tentar perpetrar um golpe sujo, sórdido e rastejante contra um homem de bem e que merece o respeito de todos. A liberdade está estampada no direito de propor medidas ao Legislativo, isto é salutar e louvável. O respeito às instituições é fato consumado e precisamos todos lutar em sua defesa. Todavia, apresentar uma proposta de golpe para provocar uma celeuma e um factoide quando o momento exige união de forças para superar os problemas é inconcebível.
Que vergonha, Paulo Borges. Respeite os professores.