A repórter Márcia Abreu, de O Popular, dá show de desinformação e ingenuidade na reportagem que assina nesta quarta-feira, na página 12, sobre a inauguração do comitê de campanha do PMDB.
Ao listar os peemedebistas presentes, ela incluiu o deputado estadual Nédio Leite, que é do PSDB e integra claro, a base aliada do governador Marconi Perillo. Provavelmente, Márcia Abreu queria dizer que estava no evento o também deputado Nélio Fortunato, irmão do enroladíssimo ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato. Ela trocou Nélio Fortunato por Nédio Leite – e a distância muito grande entre os dois nomes não permite justificar o equívoco como mera desatenção.
Jornalistas não podem deixar de ter os seus trabalhos avaliados criticamente. Há grandes jornais, como a Folha de S. Paulo, que mantém até um especialista para analisar e tornar públicos questionamentos sobre matérias publicadas pelo próprio jornal. É o ombudsman, ou seja, o crítico da própria redação de que ele faz parte.
O Popular é avesso a admitir seus erros. Dificilmente faz retificações e, quando o faz, esconde as correções em notas curtas no final da seção de cartas, sem nenhum destaque.
Mas Márcia Abreu cometeu mais falhas. No mesmo dia da inauguração do comitê, o próprio O Popular havia publicado nota sobre o evento, avisando, em manchete, que o partido aguardava a presença de 5 mil pessoas. No final das contas, nem 500 apareceram. A repórter não tocou no assunto e deixou os leitores sem saber se a expectativa de público, levantada pelo jornal, havia se confirmado ou não.
Márcia Abreu afirmou que o deputado federal Ronaldo Caiado, ao discursar, foi “ovacionado”. É uma colocação ingênua, mesmo porque em um evento partidário, a plateia comporta-se como uma espécie de claque aplaudindo automaticamente os seus líderes. Haveria notícia, sim, se Caiado fosse vaiado.
A repórter também não deu informações sobre ônibus que levaram militantes ao evento; carros estacionados na calçada (um péssimo exemplo); e, principalmente não mencionou o trânsito prejudicado na avenida 85 e ruas adjacentes ao comitê.
Por fim, Márcia Abreu errou novamente ao dizer, na matéria, que o Governo do Estado só está construindo um Credeq, o de Aparecida, o qual, segundo ela, estaria com apenas 40% das obras concluídas. Não é verdade; são cinco Credeqs (Aparecida, Caldas Novas, Goianésia, Morrinhos e Quirinópolis). O de Aparecida está 90% acabado e já tem até contratada a OS que o vai administrar. Os demais também estão adiantados, em níveis diferente de acabamento, mas, no mínimo, 40% prontos.
Fabiana Pulcineli não erraria tanto.