O formato do debate promovido pelo jornal O Popular – e a sua condução, como se verá nesta e nas próximas notas – ficou muito abaixo do que um grande veículo de comunicação pode oferecer aos seus leitores e à sociedade.
Veja bem, leitor: no debate, o governador Marconi Perillo teve15 minutos de tempo para falar, mais 1 minuto de um direito de resposta que ganhou, enquanto a oposição, com Iris Rezende,Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide, atuando em bloco, dispuseram de 45 minutos para atacar e bater no governador, distorcendo dados, tirando conclusões sem pé nem cabeça e fazendo afirmações que até ferem a lógica e o bom senso.
Isso não é nem um pouco democrático, ainda mais quando se sabe que Marconi, nas pesquisas, tem muito mais intenções de voto do que Iris ou até oito vezes a mais que Antônio Gomide e seis vezes a mais que Vanderlan – é só comparar os índices mostrados neste domingo pela pesquisa Serpes, em O Popular.
Sendo o líder absoluto das pesquisas, Marconi se transforma em alvo de candidatos que têm desempenho pífio – como Vanderlan e Gomide – que aproveitam o tempo do debate para dizer inverdades e agredir com informações que não têm outra fonte senão a malícia e a leviandade de cada um – esse último caso de Vanderlan Cardoso, que foi chamado de “leviano” por Marconi, pediu direito de resposta por se sentir ofendido, mas não recebeu o benefício, negado pela comissão organizadora do debate, que considerou a crítica – “leviano” – legítima.
Qual o sentido, para o 1º colocado nas pesquisas, que tem mais intenções de votos que a soma de todos os seus concorrentes, seis ao todo, em participar de um evento em que ele, o 1º colocado, é colocado no paredão para sofrer uma fuzilaria de agressões e ser obrigado a ouvir uma enxurrada de falácias, sem poder se defender ou, mesmo se defendendo, mas com muito menos tempo para isso?
Sentido nenhum.