Se o salário dos trabalhadores cresce de acordo com a inflação do ano anterior, a prefeitura tem o direito de propor aumento de imposto que supere em quatro ou cinco vezes este percentual, como quer Paulo Garcia (PT)?
Esta é a pergunta que se faz no momento na Câmara Municipal de Goiânia, que em breve deve votar o projeto de lei do poder Executivo que estipula aumento linear de 60% no IPTU.
A maioria dos vereadores, por enquanto, se nega a aprovar o reajuste. Engana-se quem pensa que os vereadores estão presos a essa decisão porque o projeto é injusto. Tem mais a ver com o medo que eles têm de desencadear uma reação furiosa da população. O medo é tão grande que até barreiras de vidro foram erguidas para separar o plenário das galerias. Mas têm se a impressão de que estas paredes são tênues demais para aplacar a rebelião do povo contra os seus representantes.
Trocando em miúdos, o bom senso por ora triunfa na Câmara, mas a vantagem é pequena. O mau caratismo está à espreita.