Você aceitaria se tratar com um médico que não estuda há 25 anos?
Esta é a pergunta que Carlos Alberto Di Franco, diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciência Sociais, faz nesta segunda-feira em artigo em O Popular, questionando a falta de preparo dos jornalistas brasileiros: “Se você for a um médico e ele disser que não estuda há 25 anos, você se assusta. Mas há jornalistas que não estudam nada há 25 anos. O jornalismo não é rotativa: o valor dele se chama informação, talento, critério. Por isso é preciso investir mais em jornalistas com boa formação cultural, intelectual e humanística – pessoas que leiam literatura, sejam criativas e motivadas”.
Di Franco preocupa-se com a crise da mídia, diante do avanço acelerado da comunicação via internet e lembra que pessoas com menos de 30 anos praticamente não lêem jornais. Ainda assim, ele acha que o jornalismo impresso pode sobreviver, porque sempre existirão leitores interessados em aprofundar os fatos e em conhecer pontos de vistas inteligentes e diferentes sobre os temas do mundo.
Ele acha que compete aos diários brasileiros, que, segundo acredita, estão sabendo preservar a sua credibilidade, investir em profissionais corretos: “É preciso investir mais em jornalistas com boa formação cultural, intelectual e humanística – pessoas que leiam literatura, sejam criativas e motivadas. E, além disso, que sejam bons gestores. As competências são demasiadas? Talvez. Mas é o que nos pede um mundo cada vez mais complexo e desafiante”.