O jornalismo da Rádio 730 continua provando que não tem papas na língua.
Nesta quarta-feira, foi ao ar editorial pesadíssimo sobre os Tribunais de Contas, a propósito da construção da nova sede do TCE goiano na região norte da capital.
Olha só a crueza do editorial: “A cidade se constrange com a obra nababesca do Tribunal de Contas do Estado, mas o fato é corriqueiro. O novo prédio do TCE assusta pelos 44 milhões de reais diretamente arrancados do bolso do povo. A construção é apenas a parte visível do iceberg de imoralidades”.
Mas isso é até leve perto do que vem a seguir. O editorial, no início, chama os conselheiros do TCE de “malandros”, mas, no final, engrossa ainda mais, acrescentando novos adjetivos: são “vagabundos, nepotistas e capachos de quem os nomeou”.
Não tem como descrever. É melhor o leitor conferir diretamente.
Veja o texto:
Gastança e mamata dos tribunais de contas afrontam o povo trabalhador extorquido nos impostos para sustentar malandros
A cidade se constrange com a obra nababesca do Tribunal de Contas do Estado, mas o fato é corriqueiro. O novo prédio do TCE assusta pelos 44 milhões de reais diretamente arrancados do bolso do povo. A construção é apenas a parte visível do iceberg de imoralidades. Comparados aos números que os conselheiros ajeitam, o luxo e a mamata da côrte de contas são fichinhas. É como comparar furto de galinha com o assalto ao Banco Central em Fortaleza.
Os 44 milhões enterrados na sede suntuosa do TCE representam dinheiro de pinga perto das quantias analisadas. Por ele e também pelos tribunais de contas dos municípios, TCM, e da União, TCU, passam os trilhões de reais à disposição dos governantes. Nós pagamos, eles gastam e os tribunais de contas conferem. A rigor, se os tribunais de contas valessem o que custam, administrador público não roubaria. Se roubasse, seria flagrado. Como a prova em tribunal de contas é documental, o afanador seria condenado. Um a menos desviando os caraminguás do povo.
Decisão de tribunal de contas é coisa séria. Quando manda um gestor para a lista de inadimplentes, o sujeito já era. A Justiça Eleitoral impede seu registro como candidato. Vira ficha-suja, sem direito a mais nada. Então, os tribunais de contas têm poder, só não o exercem a contento. Esse poder é exercido para nomear parentes e amantes, viver na gastança e no bem bom à custa do suor do contribuinte. Acoitam ladroagem dos amigos e açoitam a honra dos inimigos. Se todos os integrantes de tribunais de contas fossem honestos, obrigariam os demais ocupantes de cargos à honradez.
Infelizmente, não é o que se vê. O que se vê é uma afronta constante ao trabalhador, um desrespeito animalesco à legislação. Mas vamos renovar as esperanças. Quem sabe, de uma hora para outra, os conselheiros vão aproveitar que estão de casa nova, ter um surto de probidade e deixar de ser vagabundos, nepotistas e capachos de quem os nomeou…