Em 10 anos à frente do Governo Federal, o Partido dos Trabalhadores criou uma monstruosidade: uma máquina de comunicação que custa, por baixo, R$ 900 milhões em recursos públicos – por ano.
Fica mais fácil entender, diante desses danos, como e porque o maior escândalo de corrupção da história do Brasil surgiu justamente em torno das verbas destinadas pelas gestões do PT à publicidade.
Veja a matéria completa, publicada pelo diário O Hoje e pelo Estadão:
COMUNICAÇÃO
Máquina do governo custa R$ 900 milhões
Os gastos crescentes com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e o uso cada vez mais comum de serviços terceirizados de assessoria de imprensa nos órgãos públicos criaram nos últimos anos uma máquina estatal de informações que emprega mais de 3.600 profissionais e cujos gastos anuais giram em torno de R$ 900 milhões.
A estrutura de comunicação federal se divide em três eixos. O primeiro se propõe a ser uma espécie de “BBC brasileira”, com um serviço público de informações envolvendo a TV Brasil, a TV Brasil Internacional, oito emissoras de rádio e a Agência Brasil, que produz notícias com acesso livre.
O segundo envolve a NBR, que integra a estrutura da EBC. O canal institucional transmite ao vivo todas as cerimônias da Presidência e tem programas de rádio reproduzidos em todo o País: a Voz do Brasil – diário, obrigatório para todas as emissoras, de segunda a sexta-feira, das 19 h às 20 h -, Café com a Presidenta, Bom Dia Ministro e Brasil em Pauta.
Esses dois eixos sob o chapéu da EBC contam com orçamento de R$ 533 milhões este ano – 21% superior ao de 2012. A estrutura dispõe de 1.926 profissionais.
O terceiro eixo é o de assessorias de imprensa. Os gastos anuais do governo federal com esse serviço – incluindo Presidência e ministérios – são de R$ 97 milhões. Cerca de 500 profissionais cuidam da imagem da administração, repassando informações oficiais a jornais, TVs, rádios e canais de internet privados. Nas empresas estatais, como Petrobrás e Correios, a estimativa – elas não divulgam números – é a de que o gasto chegue a R$ 250 milhões ao ano, com 1.200 profissionais envolvidos.
Boa parte dos serviço é terceirizada. Duas empresas privadas dominam o mercado da informação pública na Esplanada dos Ministérios: a FSB Comunicações e a Companhia de Notícias (CDN).
A FSB tem, por exemplo, 84 profissionais à disposição do Ministério da Saúde e do Ministério do Turismo. Na pasta da Saúde, são atendidos 800 pedidos da imprensa por mês e produzidos 200 textos de divulgação.
A empresa produz ainda 100 peças jornalísticas – com viés pró-governo – ao mês. Elas ficam à disposição de 2 mil rádios espalhadas pelo País. Há ainda a atuação nas redes sociais, que recebem cerca de 4 mil intervenções mensais da assessoria.
Contraposição
O projeto mais ousado do governo refere-se ao primeiro eixo da estrutura de comunicação estatal: a criação de uma rede pública de informações. A EBC foi criada há seis anos, na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a fusão das antigas Radiobrás e TVE-Brasil – esta com sede no Rio.
Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) à época, Franklin Martins dizia que a rede serviria para se contrapor à “grande mídia”. Nessa meia década, o sinal da TV Brasil, que emprega 479 funcionários, chega a 61% da população, com 7 emissoras próprias e 45 afiliadas. A audiência, porém, é baixa.